Por que a 13ª rodada promete ser a mais eletrizante do Brasileirão até agora

A 13ª rodada do Campeonato Brasileiro é sem dúvida a que mais desperta a atenção de todos desde que o certame começou. Entre quarta e quinta-feira, teremos em especial três partidas que podem ser decisivas, inclusive, para os rumos do título nacional deste ano - por mais que ainda faltem 25 rodadas e quase cinco meses para o término da competição. Neste sentido, dois deles estão umbilicalmente ligados: o do Allianz Parque e o da Ilha do Urubu. Quatro dos cinco primeiros colocados estarão nestes dois confrontos.

Em São Paulo, o clássico entre Palmeiras e Corinthians pode selar de vez o destino alviverde na disputa pela taça. Caso perca para o maior rival em casa, a equipe de Cuca terá suas chances de repetir 1973 e 1994, quando foi bicampeã nacional, reduzidas a quase zero. Atualmente, a vantagem corintiana para seu mais tradicional adversário é de incríveis 13 pontos. Um triunfo na casa rival faria esta diferença aumentar para 16. Mesmo faltando 75 pontos por serem disputados após o duelo, a distância se tornaria provavelmente grande demais para ser buscada.

No entanto, caso perca, o Corinthians verá o Palmeiras diminuir para 10 pontos sua vantagem no duelo particular. E mais: Flamengo e Grêmio, os perseguidores mais próximos do Timão, poderiam se reaproximar, aquecendo de novo a briga pela liderança. Cariocas e gaúchos se encaram no Rio de Janeiro, quinta, às 19h30. Vitória do Fla, neste caso, o deixaria a seis pontos do Corinthians; se der Grêmio, a vantagem volta de 10 para sete pontos. Quem vencer o confronto na Ilha do Governador termina a rodada na vice-liderança; quem perder, reza para que o Timão não derrote o Palmeiras, para não ficar ainda mais longe do título.

O interessante destes dois duelos é a mudança de perspectiva de ambos. Quatro meses e meio atrás, uma vitória de 1 a 0 sobre o Palmeiras em Itaquera, com gol de Jô, foi o resultado da afirmação do então inseguro Corinthians rumo ao título paulista. Naquele momento, o Alviverde, recém campeão brasileiro, era aclamado de maneira generalizada como melhor time e grupo do país. A situação hoje é inversa: o Timão não é unanimidade quando se fala a respeito de quem é a melhor equipe brasileira da atualidade, mas sua regularidade, e a oscilação do Palmeiras, são inegáveis.

No Rio, o Grêmio tenta estancar uma série de três derrotas consecutivas no campeonato. Time de futebol mais bem jogado do Brasil, tinha oito pontos de vantagem sobre o Flamengo até 17 dias atrás. Hoje, está um ponto atrás do Rubro-Negro, que vive a maior ascensão do Brasileirão. Ainda assim, vale lembrar que os gaúchos são os que estão em melhor situação somando os três torneios que disputam: são os únicos encaminhados nos mata-matas de Copa do Brasil e Libertadores e que estão no G-4 do Brasileiro, mesmo atuando algumas vezes neste torneio com reservas. Será o time que melhor joga no país contra o que vive maior crescimento. Jogaço.

O terceiro jogo, menos chamativo, será o da Arena Independência. Atlético Mineiro e Santos fazem um confronto de equipes que entraram o ano como candidatas ao título, mas que estão longe disso na atualidade. O Peixe até melhorou, está em 4º lugar, mas o Galo segue vacilando, e está inclusive fora do G-6. Mas é confronto de dois times fortes e cuja obrigação de vencer é enorme.

Com tanto jogo bom, fica até difícil citar o clássico entre Fluminense e Botafogo como destaque, embora a rivalidade mais antiga do Sudeste brasileiro seja sempre um atrativo. Pelo lado reverso, o duelo entre São Paulo e Atlético Goianiense chama a atenção pela ruindade: é o jogo do vice-lanterna contra o lanterna. Se não vencer, o Tricolor começa a viver de verdade um drama contra o seu primeiro rebaixamento na história.

Foto: Corinthians/Divulgação.

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