Borja tem a grife, mas Willian é o verdadeiro nome do Palmeiras na Libertadores

Herói nas duas vitórias suadas diante do Peñarol, o atacante Willian voltou a se mostrar decisivo na partida que decidiu a ida do Palmeiras às oitavas de final da Libertadores. Diante do valente Atlético Tucumán, o bigodudo marcou o gol mais importante da noite: o tento que reverteu uma lógica que indicava os argentinos reagindo na partida em meio ao segundo tempo. O colombiano Borja por sua vez, decepcionou de novo - e ficou brabo de novo por ter sido sacado.

O placar de 3 a 1 foi enganoso: a vitória foi construída com um gol duvidoso de Mina e um irregular de Willian, que cometeu falta no defensor argentino antes de concluir a jogada. Mas não é pelos gols que o resultado engana: é pelo desempenho dos dois times. A equipe de Cuca começou muito bem, com atitude, e abriu o placar num golaço em jogada ensaiada e lindamente executada. No entanto, baixou o ritmo após fazer o gol. O primeiro tempo terminou equilibrado.

No vestiário argentino, a informação da vitória parcial do Peñarol sobre o Jorge Wilstermann por 2 a 0 certamente encheu de esperança a equipe visitante. A volta do segundo tempo foi a de outro jogo: cheio de personalidade, os argentinos vieram para cima sem medo. Explorando as fragilidades de marcação dos laterais Jean e Zé Roberto, chegaram ao empate na base do jogo aéreo e tiveram chances de virar. Até que Willian e Michel Bastos entraram em campo, mudando os rumos do jogo. Ter banco é importantíssimo, vale sempre lembrar.

O terceiro gol, de Zé Roberto, foi o mais lindo da noite. Ele definiu a vitória, mas foi antecedido de várias boas chances da brava equipe argentina, que merecia ter saído de São Paulo com um resultado melhor, talvez até de empate. Uma equipe que cai de pé: em sua participação de estreia na Libertadores, passou heroicamente pelas fases preliminares e encarou firme um grupo complicado. O 3º lugar dá ao menos o consolo de disputar a Copa Sul-Americana no segundo semestre.

O Palmeiras passa com confortáveis 13 pontos, terá provavelmente uma das cinco melhores campanhas da fase de grupos - River, Lanús, Atlético Mineiro e Grêmio devem superá-lo, mas ainda precisa evoluir. A equipe tecnicamente é fortíssima, mas carece de regularidade e hesita demais para quem vai disputar um mata-mata tão complicado. Mas chegou entre os 16, e é sem dúvida uma das principais favoritas ao título.

Tranquilidade a dez minutos do fim
Somente aos 36 minutos do segundo tempo é que o Flamengo teve tranquilidade na noite de ontem. O empate em 1 a 1 com o Atlético Goianiense classificava a equipe carioca pelo saldo qualificado no Serra Dourada, mas o gol de Matheus Sávio na reta final garantiu a tranquilidade rubro-negra, evitando a segunda eliminação em apenas uma semana. Com tantos clubes grandes entre os oito finalistas, a Copa do Brasil promete em sua reta final.

A volta das taças europeias a Old Trafford
A Liga Europa acabou sendo a doce salvação de mais uma temporada do Manchester United no Campeonato Inglês. A vitória por 2 a 0 sobre o Ajax em Estocolmo dá o primeiro título de nível continental ao time britânico desde a conquista da Liga dos Campeões de 2008, na dramática decisão por pênaltis contra o Chelsea. Ao Ajax, resta o sabor de ter voltado a decidir um grande torneio deste nível, o que não ocorria há algum tempo. A campanha foi ótima, mas, vice-campeão nacional, o time de Amsterdã termina a temporada sem taça no armário.

Com titulares, pela liderança
Faz muito bem o Grêmio em ir com força máxima hoje à noite. O Zamora é fraco, perdeu todas, vem talvez sem sua força máxima, mas é preciso confirmar a classificação e garantir a liderança do Grupo 8 e evitar confrontos prematuros com adversários como Palmeiras, River Plate, San Lorenzo ou Atlético Mineiro nas oitavas. Uma vitória pode dar ao time gaúcho a interessante quarta melhor campanha da fase de grupos, o que garante segundo jogo em casa contra todos de agora em diante, exceto Galo, River e Lanús. Noite também para conferir Gastón Fernández desde o início - o que talvez não seja a melhor ideia, pois deve puxar Luan para o lado do ataque, onde ele rende menos.

Valdívia, novo reforço do Atlético Mineiro
Valdívia é um jogador que se encaixaria muito bem no "Galo Doido" dos tempos de Cuca e Levir Culpi. No time mais cadenciado de Roger Machado, porém, também pode ser de boa valia, ao quebrar o ritmo e dar velocidade e vitória pessoal. Um bom reforço para a equipe de Minas Gerais. E bom para o Inter, também: há tempos ele não é o mesmo. A mudança de ares, mesmo que por alguns meses, pode fazer bem.

Foto: César Greco/Palmeiras.

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