O eletrizante reencontro de Mourinho e Guardiola

Craque da tarde, De Bruyne desloca De Gea e abre o placar
Poucos jogos na nova temporada europeia, e certamente nenhum em âmbito britânico, despertavam tanta expectativa quanto o de ontem, em Old Trafford. Não apenas por ser um clássico entre os dois rivais de Manchester, mas por terem ambos os elencos mais badalados da Premier League (foi o jogo mais caro da história da competição) e, principalmente, por conta de uma rivalidade histórica fora de campo: José Mourinho de um lado, Pep Guardiola de outro. E o espanhol se deu melhor, como na maioria dos encontros entre os dois.

Apesar disso, é muito cedo para dizer que o City terá superioridade sobre o United nesta temporada. Mourinho é o único que foi capaz de ganhar uma liga de Guardiola nos últimos sete anos - conseguiu em 2012, quando seu Real Madrid tirou o título espanhol do Barcelona. Agora, em 2016/17, o seu time é sem dúvida o mais preparado para anular o favoritismo do rival citadino. Por mais que tenha perdido em casa o clássico de ontem.

A vitória do Manchester City foi construída no primeiro tempo, em uma magistral partida do belga De Bruyne, autor do primeiro gol, logo a 14 minutos. Houve, porém, uma série de atuações importantes na equipe visitante: o brasileiro Fernandinho, com a confiança de Guardiola nesta temporada, dominou a meia-cancha; David Silva e Nolito faziam dupla perigosa pela esquerda; atrás, Otamendi controlava o poderoso ataque rival com uma partida seguríssima; no comando do ataque, Iheanacho ampliou o placar aos 35.

Mas o gol de Ibrahimovic, aos 41, devolveu o United ao jogo e tornou a partida absolutamente eletrizante. Antes do intervalo, o time vermelho perdeu duas boas oportunidades de empatar com o próprio sueco. Na etapa final, chegou a marcar, com o liso Rashford, mas Ibra foi pego em impedimento participando do lance. A partida foi lá e cá, com chances de gol a todo instante. O time de Mourinho equilibrou a posse de bola, marcou a saída do City com eficiência, obrigou a zaga de Pep a dar raros chutões por conta disso, mas não chegou ao empate.

Em geral, o time visitante mereceu mesmo o resultado. Teve mais finalizações (18 a 14), posse de bola (60% a 40%) e menos faltas cometidas (10 a 15). Mostrou mais equilíbrio e maturidade, até por ter uma base mais consolidada, e com o acréscimo de Guardiola tem tudo para deixar a irregularidade do último ano de lado e brigar lá em cima. Mas um time que trouxe Mourinho, Pogba, Ibrahimovic e companhia tem tudo para incomodar bastante. Ontem tivemos jogaço com cara de decisão, mas a temporada (felizmente) está só começando.

Os aromas de Salvador
O "cheirinho de hepta" atiça os flamenguistas. A virada sobre o Vitória em Salvador assanha, e com razão, a maior torcida do país. Foi a quarta vitória seguida da equipe de Zé Ricardo no campeonato, resultado que deixa os cariocas empatados com o Palmeiras, com 46 pontos. Com Diego, o aproveitamento da equipe é de 100%, mas ontem se tornou impossível mencionar um só destaque, tal o bom nível da atuação. Hoje, a torcida é toda pelo Grêmio diante dos palmeirenses. Um bom jogo para secar: por mais que este seja o pior momento dos gaúchos na competição, em casa o aproveitamento gremista beira os 80%.

Mistério, menos quanto a Bolaños
Ainda não se sabe a escalação gremista para hoje à tardinha, mas tudo indica que Miller Bolaños retorna ao time titular. Roger simplificará se colocar o equatoriano ao lado de Douglas, Luan e Pedro Rocha no setor ofensivo. Atrás, para compensar, Kannemann pode ser a segurança pelo lado esquerdo, com Marcelo Oliveira indo para o banco. O Grêmio precisa vencer não para disputar título ou se aproximar do G-4, mas para estancar a crise. Ontem, torcedores tentaram invadir o treino secreto para protestar. É preciso paz para encarar, ao menos, os mata-matas da Copa do Brasil.

Tarde para se segurar
A vitória contra o Santos trouxe alívio, mas não livrou o Internacional de nada no Campeonato Brasileiro. Como o Atlético Paranaense é um adversário complicado, ainda mais na Arena da Baixada, ao menos um empate será preciso trazer para Porto Alegre. A derrota do Vitória para o Flamengo foi ótima, mas Sport e Figueirense ainda podem ultrapassar o Colorado neste domingo e devolvê-lo ao Z-4. Rodrigo Dourado está de volta, uma ótima notícia.

Domingo tenso para a Lusa
Quatro pontos atrás do Macaé, e há duas rodadas do fim da primeira fase da Série C, a Portuguesa hoje pode viver mais um capítulo triste de sua história recente e cair para a quarta divisão nacional. Para chegar viva à última rodada, precisa derrotar o lanterna Guaratinguetá em casa e torcer para que o Juventude derrote os fluminenses em Caxias do Sul.

Foto: Manchester City/Divulgação.

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