Tudo, menos falso

Como diante da Ponte Preta, Luan desequilibrou de novo: 2 a 0
Luan é o centroavante do Grêmio. Usa a camisa 7, mas na verdade faz a função de 9, desde o ano passado. A expressão "falso nove" ainda é herança dos tempos onde o dono desta camiseta ficava fincado na área, esperando algum cruzamento ou um rebote para mandar a bola para a rede. Só que, apesar do aspecto físico esguio, Luan fez tudo isso contra o Cruzeiro. Mas foi além: como sempre, saiu da área para abrir espaços com sua inteligência e qualidade técnica. Foi, de novo, o grande comandante gremista em mais uma vitória, a quarta em casa, mantendo os 100% de aproveitamento na Arena no Campeonato Brasileiro.

Antes de Luan fazer a diferença, o Grêmio encontrou dificuldades no jogo da neblina. O Cruzeiro jamais ameaçou de fato Marcelo Grohe, mas se fechou atrás, encurtou os espaços e, diante de um Tricolor aparentemente desconcentrado, também foi pouco acossado até o final do primeiro tempo. Foi quando Luan, aos 43, iniciou a jogada que culminou num cruzamento certeiro de Everton para o próprio camisa 7, como centroavante dos bons, cabecear de forma certeira e vencer Fábio.

O 1 a 0 antes do intervalo mudou a lógica da partida. Precisando atacar para buscar o empate, o time mineiro mostrou suas enormes dificuldades técnicas e, pior, abriu espaços ainda maiores para o Grêmio ampliar. Se no primeiro tempo uma das raras chances gaúchas foi uma jogada costurada por Luan na qual ele acertou a trave e Douglas isolou, aos 6 da etapa final o centroavante gremista fez lance parecido. Soltou a bomba, Fábio deu rebote e Douglas, desta vez com mais qualidade, cabeceou para o gol e definiu a parada.

Se o primeiro tempo foi mais complicado, o segundo foi tranquilo. O Grêmio passeou uma superioridade muito grande e, se cometeu algum pecado, foi o de não feito escore mais amplo. Poderia ter feito falta, não fosse Arrascaeta desperdiçar um pênalti absolutamente fortuito marcado a favor da Raposa, quando o domínio tricolor era absoluto em campo. Jogando para o gasto, sem forçar tanto o ritmo, o time de Roger Machado fez 2 a 0 e conquistou os obrigatórios três pontos, mantendo-se na briga ferrenha pela liderança. Mesmo assim, perdeu três jogadores por problemas musculares, o que pode afetar a sequência do Brasileirão.

Diante do Vitória, quinta, na Arena, teremos uma mostra de o quanto as perdas de Geromel, Wallace Reis e Maicon vão afetar o desempenho da equipe. Também será a hora de ver como Roger colocará Miller Bolaños na equipe. O mais provável será a retirada de Everton, que, apesar do belo cruzamento para o primeiro gol, vem errando mais que o aceitável. O equatoriano não tem a velocidade como característica, mas deverá atuar mais aberto. Retirar Luan do comando do ataque é diminuir-lhe como opção ofensiva, e deixar o Grêmio mais longe das vitórias.

Uma novidade: o Inter levou gols, no plural
Fazia tempo que o Internacional não era vazado mais de uma vez na mesma partida. A última havia sido diante do Novo Hamburgo, vitória por 4 a 2, no final de março. Três gols? Há 32 partidas, no 3 a 3 com o Bayer Leverkusen, na Florida Cup. O Figueirense não é nenhuma potência, mas chegou aos 3 a 2 por explorar erros defensivos colorados - embora o pênalti cometido por Ernando tenha sido pra lá de questionável.

Talvez essa seja uma tônica daqui pra frente - não as derrotas, mas o fim da intransponibilidade defensiva rubra, em nome de assumir um risco maior para chegar às vitórias. Na ótima atuação contra o Atlético Mineiro, o Inter subiu de patamar no Brasileirão. Mantém o pezinho no chão, como tanto pede Argel, mas se consolidou como candidato a coisas grandes. E quem busca coisas grandes precisa arriscar. Ao empatar diante do Figueira, no primeiro gol de Vitinho, o time se expôs para tentar a necessária virada, pois o 1 a 1 não servia. Acabou errando demais e perdeu a partida e a liderança.

Empate cruel
O Flamengo merecia melhor sorte do que o 2 a 2 contra o São Paulo. Dominou o jogo no Mané Garrincha, embora tenha estado duas vezes atrás do placar, mas errou demais. Mesmo com um a mais e um pênalti a favor (desperdiçado por Alan Patrick), não conseguiu a necessária vitória sobre o Tricolor Paulista. No G-4, houve troca de paulistas: sai o Santos, derrotado sábado em Curitiba, entra o Corinthians, que bateu com facilidade o fraco Botafogo, por 3 a 1, sob atentos olhares de Tite e Cristóvão Borges, ex e futuro treinadores da equipe, respectivamente.

Decepção romena
Para quem entrou na Eurocopa com pretensões de brigar pela vice-liderança do Grupo A, a Romênia decepcionou, e muito. Precisava derrotar a Albânia, o azarão da chave, para ficar perto da classificação, mas perdeu por 1 a 0 e se despediu precocemente do torneio, e na lanterna - os albaneses, com apenas 3 pontinhos, dificilmente serão um dos melhores terceiros colocados. Franceses e suíços ficaram no zero e garantiram classificação juntas.

Foto: Lucas Uebel/Grêmio.

Comentários

Chico disse…
Grande vitória do Tricolor.
Luan resolveu o jogo.