Peleia de campeões

Campeões de um lado, emergentes do outro: mata-mata promete
Todos os cinco campeões mundiais que disputam a Eurocopa deste ano caíram do mesmo lado da chave de mata-matas. O fato curioso, que propiciará uma série de confrontos sensacionais até a decisão do torneio, se deveu a duas decepções: Espanha e Inglaterra. Favoritas em suas chaves, elas fracassaram e perderam a liderança para Croácia e País de Gales, respectivamente. Poderiam encarar Irlanda do Norte e Portugal nas oitavas, mas agora pegarão Itália e Islândia - no caso inglês, encarar os islandeses não é tarefa de outro mundo, mas enfrentar provavelmente a anfitriã França nas quartas é espinhoso.

A dureza estará presente na vida de todos. A Alemanha, que encara a Eslováquia, tem o confronto menos duro entre os campeões, mas ainda assim pegará uma equipe que bateu a Rússia e empatou com a Inglaterra na fase de grupos. A seguir, os atuais campeões mundiais pegam espanhóis ou italianos - que, além de igualmente já terem glórias mundiais, são justamente as duas seleções que eliminaram os alemães nas últimas duas edições da Euro.

Ver facilidades para a França diante da Irlanda é uma ilusão. É verdade que os irlandeses foram batidos pela Bélgica sem grandes problemas, mas, mais do que ganharem dos reservas da Itália, é bom lembrar que eles foram eliminados de forma absurda da Copa de 2010 devido ao gol construído com a mão de Thierry Henry na repescagem das eliminatórias. Motivos para a Irlanda chegar disposta a calar o Parc Olympique Lyonnais não faltam. O sentimento de revanche contra os franceses é alimentado no país há sete anos.

Cristiano faz dois: gols de letra e de cabeça contra a Hungria
Por outro lado, se os campeões mundiais farão um entredevoramento feroz, ao menos uma equipe não tão cotada para ser finalista chegará à decisão. Bélgica, Croácia e Portugal eram as mais fortes teoricamente - croatas e lusos se encaram já nas oitavas, e os belgas enfrentarão a surpreendente Hungria. Suíça x Polônia e o confronto britânico entre País de Gales e Irlanda do Norte fecham a série de enfrentamentos.

No melhor jogo do dia que encerrou a primeira fase, vimos pela primeira vez Cristiano Ronaldo desequilibrar na Euro. Ou melhor, equilibrar: dois dos gols húngaros vieram em desvios que mataram o goleiro Rui Patrício. Mas o camisa 7 empatou a seguir em ambas e decretou o 3 a 3 que classificou Portugal e ainda o colocou na chave mais fácil dos mata-matas. Mas o show do dia, mesmo, foi do narrador islandês no segundo gol da vitória histórica sobre a Áustria. Momentos que ajudam a tornar o futebol algo mágico.

Recuperação mineira
Na rodada desta quarta-feira, o destaque foi para a recuperação dos dois gigantes mineiros no Campeonato Brasileiro. Se há algumas rodadas os três representantes do estado lembravam 2011 e ocupavam juntos 75% da zona de rebaixamento, agora só o pobre América vive tal condição. O Cruzeiro saiu do Z-4 em altíssimo estilo: em uma atuação que nada lembrou o time apático que foi derrotado ao natural por Flamengo e Grêmio, enfiou 4 a 0 na Ponte Preta, e em Campinas.

Já o Atlético dá sinais inequívocos de que está se recuperando, e de que sua briga será mesmo na metade de cima da tabela, como todos prevíamos. A vitória por 2 a 1 sobre o Corinthians, num Mineirão com 34 mil pessoas, é daquelas que alça uma equipe a uma condição superior dentro da competição. O mesmo vale para o Santos, que enfiou 4 a 2 no Fluminense em Cariacica. No G-4, agora, está o Flamengo, que fez 1 a 0 no Santa Cruz e vai construindo campanha. Se Palmeiras, Inter e Grêmio estão entre os primeiros desde o início do campeonato, o quarto membro vem variando bastante.

Noite de seis pontos
Grêmio e Internacional precisam dos três pontos hoje à noite. Vitória e Coritiba não são adversários tão simples, mas o Palmeiras fez o dever de casa terça-feira e, para quem tem pretensões de título, não são pontos que se possam perder, mesmo com eventuais dificuldades - não ter a zaga titular, no caso gremista, e jogar fora de casa, no colorado.

Mesma final de 2015
Argentina e Chile se firmam como os dois melhores times da América do Sul na atualidade e, pelo segundo ano seguido, decidirão a Copa América. Ontem, com um intervalo gigantesco devido a uma tempestade que abateu Chicago, os chilenos fizeram 2 a 0 na Colômbia e carimbaram passaporte para a decisão. Os argentinos têm leve favoritismo: precisam demais do título e bateram recentemente o time de Juan Antonio Pizzi duas vezes (e pelo mesmo placar, 2 a 1). O curioso é que tanto a final como a decisão pelo terceiro lugar ocorreram na primeira fase. Colombianos e norte-americanos se encararam no jogo de abertura do torneio - e deu Colômbia, 2 a 0.

Foto: UEFA.

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