O pior Grêmio do Brasileiro deixa o G-4

Não fosse Marcelo Grohe, Grêmio teria sido goleado em Curitiba
Se diante do Vitória o Grêmio tinha a arbitragem catastrófica de Sandro Meira Ricci como álibi para a derrota, o mesmo não se pode dizer do jogo deste domingo. Na Arena da Baixada, o Tricolor viveu sua pior jornada até agora no Campeonato Brasileiro - e uma das piores do ano, comparável à estreia na Libertadores, contra o Toluca, ou os jogos contra o Rosario Central. Apático, o time de Roger Machado foi batido ao natural pelo Atlético-PR e só perdeu por 2 a 0 porque Marcelo Grohe impediu que a derrota fosse mais ampla.

Nem a bola aérea pode ser acusada desta vez. Embora André Lima tenha levado vantagem sobre Fred e Rafael Thyere em algumas oportunidades, o Atlético-PR venceu o Grêmio em dois chutes de fora da área certeiros. Mas mais do que Geromel, desta vez o time gaúcho sentiu muito a falta de Maicon e Douglas no meio-campo. Luan, recuado, não exibiu o mesmo futebol de quando joga como centroavante. Bobô, o 9 da vez, foi pouco acionado, sendo peça praticamente nula em campo.

Ainda assim, o primeiro tempo foi em boa parte parelho. O Tricolor começou em cima, pressionando a equipe da casa, e dava a impressão de que tomaria conta do jogo como fez na maioria dos jogos como visitante até aqui no Brasileirão. Mas logo o Atlético-PR tomou coragem para sair de trás, botou a bola no chão e passou a trocar passes. Havia espaço: os gaúchos não fizeram a marcação adiantada costumeira, nem foram firmes quando deveriam próximos à sua área defensiva - o que ajuda a explicar o fato de os dois gols do Furacão terem surgido em batidas de longe.

Foi a partir do gol bem anulado de Pablo que o Atlético-PR começou de fato a mandar no jogo. O lance, em vez de acordar o Grêmio para o fato de a equipe estava perdendo o controle das ações, parece ter piorado sua atuação. O apito para o intervalo já era um alívio: com o papo no vestiário, Roger poderia retirar Bobô, colocar Lincoln, dar criatividade ao time e mudar sua postura. Nada disso aconteceu. Tal substituição só ocorreu após o gol de Hernâni, que foi fruto de uma pressão cada vez maior do time da casa após a volta para o segundo tempo.

Foi a primeira atuação realmente ruim do Grêmio no Brasileiro, mas não foi seu primeiro resultado ruim. E isso traz consequências sérias: com zero ponto diante de dois times que estão longe de serem candidatos ao título, o Tricolor sai do G-4 e enfrentará o Santos, quarta, pressionado, em fase de instabilidade e precisando da vitória. A semana de Gre-Nal não poderia começar pior para o lado azul. Aliás, poderia: se o Internacional também não estivesse começando a entrar numa fase de declínio, tropeçando para equipes ainda piores que Atlético-PR e Vitória.

FICHA TÉCNICA
Campeonato Brasileiro 2016 - 11ª rodada
ATLÉTICO-PR (2): Wéverton; Léo, Paulo André, Thiago Heleno e Sidcley; Otávio, Hernâni e Vinícius; Nikão (Marcão), André Lima (Walter) e Pablo (Marcos Guilherme). Técnico: Paulo Autuori
GRÊMIO (0): Marcelo Grohe; Edílson, Rafael Thyere, Fred e Marcelo Oliveira; Walace (Tilica), Ramiro, Giuliano e Luan; Everton (Jaílson) e Bobô (Lincoln). Técnico: Roger Machado
Local: Arena da Baixada, Curitiba (PR); Data: domingo, 26/06/2016, 16h; Árbitro: Wagner Reway (MT); Público: 16.838; Renda: R$ 426.600,00; Gols: Hernâni 8 e André Lima 22 do 2º; Cartão amarelo: Hernâni; Expulsão: Ramiro; Nota do jogo: 6; Melhor em campo: André Lima

Foto: Gustavo Oliveira/Atlético-PR.

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