O ranking da Conmebol é ótimo, mas deveria ter sido anunciado com mais transparência

Congresso da entidade anunciou ranking e premiações de 2016
Um ranking que mede momento e história de forma ponderada. Resultados dos dez últimos anos da Libertadores valem mais (e 2015 vale mais que 2006), mas os de 1960 a 2005 também são considerados. Para complementar, os títulos nacionais também entram na conta, para premiar quem vai bem em cada país.

Os critérios do novíssimo Ranking Conmebol da Copa Libertadores são claros, bem distribuídos e justos. Basta ver quem serão os cabeças de chave da edição de 2016, cujo sorteio se realizará hoje, às 22h (horário de Brasília), em Luque, no Paraguai: Boca Juniors, River Plate, San Lorenzo, Nacional, Peñarol, Olimpia, Corinthians e Atlético Mineiro. Equipes de história recente forte ou de passado fortíssimo, e com sucesso em seus campeonatos nacionais.

Grêmio, Emelec, Cerro Porteño, Atlético Nacional, Bolívar, Colo-Colo, Palmeiras e The Strongest vêm, mesmo, um patamar abaixo de acordo com os critérios ponderados. O Tricolor Gaúcho é bicampeão e quatro vezes finalista, enquanto Galo e San Lorenzo ganharam uma vez a Copa, na única final em que chegaram. Mas estas finais foram em 2013 e 2014. Logo, devem mesmo ter peso maior para escolha de um cabeça de chave que títulos conquistados em 1983 e 1995. O Nacional uruguaio, por outro lado, há tempos não chega longe, mas participa de todas as edições da Libertadores e é o maior papa títulos de seu campeonato nacional neste século. Merece, sim, a condição de cabeça, junto com o Peñarol, finalista de 2011.

O único problema do ranking, como quase tudo o que envolve a Conmebol, é a falta de transparência. É um absurdo que saibamos como funciona esse sistema tão complexo na véspera do sorteio das chaves. A ideia da criação de uma classificação histórica foi divulgada pela entidade em setembro, três meses atrás. No mínimo, as regras deveriam ter sido publicadas no mês seguinte, ou no máximo em novembro. Este tipo de procedimento dá margem para que se pense em arranjamento: como calcular quantos pontos vale cada competição de modo a beneficiar um clube, por exemplo. Mas a classificação, no fim das contas, é bastante justa.

E garantirá emoção à beça hoje à noite: já pensaram em um grupo com Boca, Grêmio, LDU e São Paulo? Ou River, Palmeiras, Deportivo Cali e Racing? Talvez um Corinthians, Atlético Nacional, Rosario Central e Santa Fe, quem sabe? Claro, nem sempre os considerados favoritos ou grandes passam pelos menos cotados quando o assunto é Libertadores. Mas ver critérios claros de distribuição dos potes do sorteio, aliando momento e história dos clubes para ranqueá-los, é uma excelente medida, que já deveria ter sido adotada há muito tempo.

Foto: Conmebol.com.

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