O predestinado Alario decide um jogo complicado e coloca o River na final do Mundial

Alario comemora em cruzada de Viudez: como na Libertadores
Como já manda a tradição, a semifinal do Mundial Interclubes foi complicada para o representante sul-americano. Diante de um Sanfrecce Hiroshima nada inocente e muito fechado, o River Plate chegou a sofrer pressão em parte do jogo de hoje, em Osaka. Porém, o time argentino mais uma vez contou com a estrela de Lucas Alario: autor do gol que classificou a equipe para a final da Libertadores e do que iniciou a vitória decisiva sobre o Tigres, o centroavante trazido em julho do Colón estava no lugar certo e na hora certa de novo para, de cabeça, fazer o gol do 1 a 0 que leva os argentinos para a decisão.

Muito do sofrimento por que passou o River vem de erros seus. Contra um adversário escalado num temeroso 5-4-1, o técnico Marcelo Gallardo repetiu a falta de convicção mostrada nos últimos meses, quando a equipe oscilou no Campeonato Argentino e na Copa Sul-Americana. Escalou uma formação inédita, com Kranevitter como único volante, Sánchez e Ponzio caindo mais pelos lados e o discutível Pisculichi centralizado. Jamais funcionou: os meias abertos não subiam pelos flancos, afunilavam o tempo todo e Piscu fracassou, como em quase toda a temporada.

Os primeiros 20 minutos foram de domínio territorial total dos millonarios, mas sem chegadas de fato perigosas. Passado o temor inicial, o time japonês começou a pôr as manguinhas de fora. E notou que entre Balanta e Vangioni havia espaço para lançamentos para o brasileiro Douglas. Como não havia um volante argentino caindo por ali para fazer a cobertura, o Sanfrecce Hiroshima criou três de suas quatro chances claras no primeiro tempo naquela lacuna. Acuado, o River teve no goleiro Barovero sua surpreendente figura nos 45 iniciais. E podia quase comemorar o 0 a 0 quando chegou o intervalo.

4-1-3-2 argentino encontrou dificuldades com a retranca japonesa
A parada de 15 minutos fez bem ao time de Gallardo, que corrigiu seus erros adiantando suas linhas. Ainda assim, o esquema engessado e afunilador dificultava a criação. Foi quando Gallardo enfim mexeu, e colocando qualidade: primeiro, entrou Lucho González no lugar de Ponzio. A seguir, a troca definitiva: o ótimo uruguaio Viudez, que só não é titular pelo acúmulo de lesões, entrou na vaga do apagado Pisculichi. O River passou a ter mais qualidade por baixo, jogadas perigosas pelos lados, boa bola parada e prensou os japoneses contra seu campo. Sánchez entrou no jogo, Mora e Alario também. O gol saiu na bola parada, mas já representava quem era melhor em campo.

Jogar aberto contra (provavelmente) o Barcelona é um risco, mas Gallardo precisa pensar numa escalação equilibrada para domingo. Atuando com a equipe fisicamente mais robusta de hoje, não terá chance alguma: diante do campeão japonês, não conseguiu ter jamais contra-ataque ou articulação de jogada alguma em velocidade, e não teria isso contra o Barça. Se Lucho e Viudez não aguentam os 90 minutos, uma formação com Kranevitter e Ponzio postados, com Sánchez e Gonzalo Martínez abertos, talvez funcione melhor. O time da Libertadores, em suma. Sem invenções.

Foto: FIFA.com.

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