Um Sport apático era tudo o que o São Paulo precisava para se reabilitar

Maikon Leite teve atuação apagada (São Paulo/Divulgação)
O duelo de hoje à tarde prometia ser difícil para o São Paulo. Eliminado de forma categórica pelo rival Santos na Copa do Brasil, o time do Morumbi teria pela frente um Sport embalado por sua primeira vitória fora de casa e a proximidade do G-4. Mas quem parecia ter sido eliminado no meio de semana era o time pernambucano: apático, levou 3 a 0 ao natural, sem que o Tricolor tenha sequer tido uma grande atuação.

Diego Souza fez muita falta ao Leão, e a estratégia para substituí-lo não funcionou. Postado no 4-3-3 desde o começo do ano, o Sport entrou desta vez num 4-4-2 em duas linhas, sem um articulador. Falcão pensou o time sem uma peça centralizada na criação, até por não ter alguém com esta característica. Abriu Marlone e Maikon Leite nas pontas e aproximou Élber e André com a ideia de fazer o ataque jogar próximo e os meias fecharem o avanço dos pontas e laterais são-paulinos. Não foi uma má ideia, mas a execução, mesmo com uma semana de treinos, não foi nada boa. Tanto que as duas primeiras chances do time mandante vieram justamente pelos lados do campo.

O São Paulo não se apresentou mordido, hipermotivado, comendo grama após ter caído na Copa do Brasil. Pelo contrário: o clima no Morumbi era de fim de festa, com apenas 14 mil torcedores que, mesmo nos bons momentos da partida, não abriram mão de pegar no pé de quem errava. Porém, sem mecânica ofensiva nem defensiva que funcionassem, o Sport deu campo para o Tricolor crescer e mandar no jogo. Ganso fez 1 a 0 em bom cruzamento de Wesley, e o time da casa seguiu melhor até ampliar. O lance diz muito o que foi o jogo: Pato recebeu de Ganso, adiantou demais, mas ainda assim conseguiu vencer a defesa e deixar Luís Fabiano livre para ampliar.

Duas linhas de quatro de Falcão não funcionaram no Morumbi
O panorama não mudou no segundo tempo. Sem qualquer vibração especial, o São Paulo seguiu dono do jogo e naturalmente chegou ao terceiro gol. Michel Bastos, então um destaque negativo da equipe de Doriva, comemorou pedindo para que a torcida se calasse, em referência a uma vaia recebida um minuto antes. Uma celebração que dá conta do baixo astral e muita tensão que imperam no clube paulista. Mas o Sport, que aproveitou muito bem o clima ruim do Palmeiras na semana passada, desta vez se portou como time pequeno, como se o empate o satisfizesse. Só criou algumas poucas oportunidades depois dos 30, já com a derrota consumada. Nada que ameaçasse o Tricolor, que ainda teve chances de fazer o quarto nos minutos finais.

Tudo o que o São Paulo mais precisava, e talvez menos esperava, era uma vitória tranquila. Ela foi obtida diante de um rival direto, por um placar que não deixa dúvidas. Com 53 pontos, o Tricolor dorme no G-4 e deixa a equipe pernambucana bem para trás. Com uma sequência relativamente complicada nesta reta final, o Sport perdeu um jogo que não poderia. O pior é que nem dá para dizer que estamos diante de uma exceção, já que é justamente o péssimo desempenho fora de Recife que deve deixar o time de Falcão de fora da próxima Libertadores.

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Ficha técnica
Campeonato Brasileiro 2015 - 33ª rodada
31/outubro/2015
SÃO PAULO 3 x SPORT 0
Local: Morumbi, São Paulo (SP)
Árbitro: Wagner Reway (MT)
Público: 14.002
Renda: R$ 374.430,00
Gols: Ganso 18 e Luís Fabiano 43 do 1º; Michel Bastos 18 do 2º
Cartão amarelo: Michel Bastos, Rithely e Wendel
SÃO PAULO: Denis (6,5), Bruno (5,5) (Hudson, intervalo - 5,5), Rodrigo Caio (7), Lucão (5,5) e Reinaldo (5,5); Thiago Mendes (6,5), Wesley (6,5) e Ganso (7); Michel Bastos (5,5) (Rogério, 24 do 2º - 5,5), Luís Fabiano (6) (Alan Kardec, 24 do 2º - 5) e Pato (6,5). Técnico: Doriva
SPORT: Danilo Fernandes (6), Samuel Xavier (4,5), Matheus Ferraz (5,5), Éwerton Páscoa (4,5) e Renê (5); Wendel (5), Rithely (4,5), Maikon Leite (4) (Régis, intervalo - 5) e Marlone (5) (Neto Moura, 20 do 2º - 4,5); Élber (4,5) (Hernane, 20 do 2º - 5) e André (5). Técnico: Paulo Roberto Falcão

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