Negueba foi o personagem de um Atle-Tiba pegado e truncado no Couto Pereira



Nada melhor para consolidar a bela arrancada do Coritiba sob o comando de Ney Franco que uma vitória em clássico. E nada melhor do que chegar para este clássico em momento bem superior ao do rival. Por mais que tenha passado o campeonato inteiro à frente na pontuação, o Atlético Paranaense chegou ao Couto Pereira em crise, vivendo uma série de derrotas que o tirou boa parte das chances de disputar o G-4. Embalado pela excelente vitória sobre o Flamengo no Mané Garrincha, o Coxa tinha tudo para fazer o dever de casa. E fez.

O jogo se assemelhou bastante ao de quinta, aliás. A equipe de Ney Franco começou melhor, abriu vantagem, tratou de se defender com consciência e consistência e segurou os três pontos. Até mesmo o placar levado ao intervalo, 2 a 0, permaneceu até o fim nos dois jogos. O que esta partida diferiu da imensa maioria que estamos vendo no campeonato é pelo fato de ter sido picada, brigada demais e jogada de menos. Foram só nove chances de gol, 15 finalizações, mas 42 faltas, o dobro do que se vê em média na competição. Cartões amarelos? Nada menos que dez. Além da expulsão de Lúcio Flávio. Clássico "clássico", não de Brasileirão 2015. Um jogo abaixo da média em termos técnicos, mas de excelente tamanho para a galera alviverde, que foi em número de 34 mil ao Alto da Glória, no maior público do Paraná na temporada.

O grande personagem na noite do Couto Pereira foi Negueba. Atacante de raros gols, desta vez foi às redes ao marcar um golaço num chute potente, de grande finalizador que ele não é - foi só o seu primeiro no campeonato. Além disso, serviu Henrique Almeida, esse sim um ótimo arrematador, no lance do primeiro gol. Deu trabalho à zaga do Atlético quando foi à frente e foi voluntariosíssimo na marcação atrás. Chegou, inclusive, a cometer um pênalti, ignorado pela arbitragem, que não viu seu toque de mão intencional e imprudente na bola dentro da área após tentativa de cruzamento de Marcos Guilherme.

Seja como for, com erro de arbitragem ou não, o Coxa mereceu o resultado. E acertou em cheio ao repatriar Ney Franco, técnico de bom trabalho em 2008, e que vai repetindo a dose agora. No returno, são 15 pontos em 24 disputados, e bons resultados não apenas no clássico, mas diante de equipes como Flamengo, Palmeiras e Grêmio, que estão na ponta de cima. Momento oposto ao de seu rival, que começou o certame muito bem, mas foi perdendo fôlego e hoje está a ponto de não disputar mais nada na tabela.

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