Em clássico direto por G-4, São Paulo poderia ter simplificado para vencer o Palmeiras



O São Paulo fez um clássico próximo da perfeição. Não brilhante como o Palmeiras dos dois últimos Choques-Rei, mas em relação ao cumprimento do dever: jogou e não deixou o rival jogar. Dominou taticamente o confronto a partir de uma marcação adiantada e agressiva, algo que poucos fazem, mas que sempre complica o Alviverde quando Arouca, de qualificada saída de bola, não joga. Mas, na hora de ganhar o 10, faltou entender que o que se jogava era não apenas um clássico, mas uma disputa direta por Libertadores. Um erro grave, fatal para o jogo e terrível em termos de tabela, já que a briga ali é parelha demais.

Rogério Ceni é pródigo em cometer esses erros. É claro que sua qualidade com a bola nos pés traz um saldo positivo em relação a seus equívocos, em seus 25 anos de carreira. É sabido, também, que Osorio usa isso a favor do time. Quem tem visto o São Paulo jogar sabe que, com Rogério Ceni ou Denis, a saída de bola nunca é no chutão. Isso é um ponto a favor do time em 90% do tempo. Mas aos 47 do segundo tempo de um clássico sofrido, de vitória mínima, mas de importância máxima, deveria ser deixado de lado. Com 42 anos de idade, Ceni deveria usar sua experiência para entender que a situação exigia uma simplificação.

O fantasma de tomar outro gol de cobertura de Robinho, ou de não vencer o Palmeiras de novo, pesa muito. Mas o resultado em si é que foi pior: com a vitória do Santos sobre um anêmico Internacional pela manhã na Vila Belmiro, o São Paulo não só não entra na zona da Libertadores como perde uma posição. Por sorte, a sequência agora é acessível, com seis adversários seguidos que não disputam G-4 (a maioria não disputa mais nada). Mas de nada adianta a tabela favorável se vacilos como esse seguirem ocorrendo.

Esquema de Osorio volta aos anos 80, mas com intensidade de 2015
Brigado com diretoria ou não, com paciência da torcida ou não, Juan Carlos Osorio mais uma vez ousou no clássico deste domingo. Sem Breno, cortado horas antes por tendinite, abriu seu time com apenas um volante posicionado (Thiago Mendes) e dois meias: Ganso pela direita e Carlinhos pela esquerda. Um 4-3-3 com dois articuladores, formação comum no futebol brasileiro na década de 80.

Nem por isso sua equipe perdeu o meio para o Palmeiras, que jogou no 4-3-3 com dois volantes: sabemos que a sopa de letrinhas e números não é nada sem postura. Com muita intensidade e participação dos pontas na marcação, o São Paulo foi sempre mais compacto que o rival. Até Ganso foi visto desarmando os adversários. O gol sofrido no fim foi um castigo ao bom jogo que fez o Tricolor hoje à tarde.

Comentários