Com maturidade e força, a Dupla Gre-Nal se ajudou em uma noite que prometia ser difícil

Maturidade. Esta palavra foi usada tanto por Roger quanto por Argel nas análises das ótimas vitórias obtidas por seus times ontem à noite. A ela dá para se acrescentar outra: força. Porque Grêmio e Internacional foram maduros em suas jornadas bem sucedidas contra Atlético Paranaense e Corinthians, mas, principalmente, deram demonstrações de que estão fortes em seus objetivos. Os resultados de ontem serviram para que ambos fincassem pé nas disputas acirradas em que estão metidos e nas que querem se meter dentro do Campeonato Brasileiro.

A disputa do Inter está clara agora, pois tudo o que se pedia era uma sequência de vitórias ao Colorado. Com o resultado de ontem, já são três triunfos seguidos, e enfrentar um Figueirense em forte crise dentro do Beira-Rio é a chance do quarto. Faltava, porém, a atuação convincente. Ela veio para quebrar a longa invencibilidade corintiana, que voltou a conhecer o sabor amargo de uma derrota após 17 jogos, ou 100 dias. Foi a primeira vitória colorada no Brasileirão, e um resultado com sabor de virada também na tabela.
Além da sensacional meia-lua em Edílson, Paulão teve o mérito de perceber Valdívia livre e cruzar para trás. Repare que todos os jogadores do Corinthians olham apenas para a bola e não notam que o meia colorado fica livre para arrematar
O Internacional não dominou o Corinthians, mas mereceu o resultado sobretudo pela eficiência. E pela coragem de Argel, que reconheceu o erro de ter montado a equipe com três volantes (algo que, apesar da vitória em Curitiba, ficava claro que não era o ideal) e, ainda no primeiro tempo, trouxe seu time para frente. E só assim mesmo para entrar de cabeça nesta disputa tão complicada: com 40 pontos, o time gaúcho ainda está atrás de Flamengo, Palmeiras, São Paulo e Santos. Pode ver rubro-negros e tricolores abrirem quatro de distância novamente hoje à noite, e viu ontem alviverdes e alvinegros golearem com estupendas atuações. O nível é alto. Mas vencer o líder de virada é algo do mais alto nível também.

No caso do Grêmio, o resultado em Curitiba foi tão importante quanto. E nada ver com o título: se perdesse em Curitiba, o time de Roger poderia ver hoje Flamengo e São Paulo a um ponto de distância. Tendo o Palmeiras fora de casa no fim de semana, poderia até deixar o grupo dos classificados à Libertadores. Mas isso nunca esteve perto de ocorrer ontem. Com a vitória fora de casa, o Tricolor sobe a 48. No mínimo manterá a distância de quatro até a saída do G-4, encostou no Atlético Mineiro e ainda por cima ganhou, de brinde, a aproximação com o líder Corinthians.

E tão importante quanto esse resultado fundamental foi a atuação segura da equipe gaúcha. A pressão do Furacão nos dez minutos finais esconde um jogo quase que inteiramente controlado pelo Grêmio, que mostrou ser mais time. Se o Inter mostrou maturidade ao não se abater com um gol sofrido no começo do jogo diante do Corinthians, o Tricolor a demonstrou ao praticar o seu futebol costumeiro fora de casa, mesmo pressionado após uma dura derrota na Arena para o São Paulo. Com imposição tática e técnica, adonou-se do meio com naturalidade, fez dois gols em jogadas muito bem construídas e só sofreu no final porque, em vez de tentar ampliar quando vencia por 2 a 0, preferiu administrar a vantagem. É o preço pago pelo cansaço.

A curiosidade é que a Dupla Gre-Nal se ajudou nesta rodada. O Grêmio deixou um concorrente colorado para trás na disputa pela quarta vaga, e o Inter reacendeu no Tricolor a esperança de disputar o título. Sábado, contra o Palmeiras, o time de Roger pode dar mais uma mão para o de Argel. Assim como o jogo de ontem, diante do Atlético Paranaense, a partida gremista é fora de casa, mas seu rival não jogará no estádio costumeiro - o Pacaembu sediará o confronto.
Melhor em campo em Curitiba, Luan foi mais genial na assistência que no seu próprio gol. Ao perceber que Vilches dava condição a Douglas, ele descola um passe que quebra completamente a linha de impedimento do Atlético, superando nada menos que sete adversários num único toque de bola. Lance de craque

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