Alario, Viudez e o golaço decisivo: o River é finalista com a assinatura de Gallardo



Para sorte de Internacional ou Tigres, o River Plate não contará com Carlos Sánchez na primeira partida da decisão da Libertadores. Para azar de gaúchos e mexicanos, seu substituto deverá ser o também uruguaio Tabaré Viudez. Aposta pessoal do técnico Marcelo Gallardo, com quem trabalhou no Nacional em 2011 e 2012, ele entrou aos 23 minutos do segundo tempo da partida e precisou de menos de 25 minutos para mostrar toda a sua categoria. O gol do empate em 1 a 1, que confirmou a classificação dos argentinos para a finalíssima, surgiu de uma enfiada sua genial, de extrema categoria, para Alario, outro que atua por confiança do treinador, encobrir o goleiro Aguilar. Foi só um dos grandes lances do charrua, recém trazido do futebol turco.

O gol é a cara do River, que é a cara de Gallardo. Um time que encontra nos momentos complicados força, personalidade e qualidade para se salvar do perigo iminente. E quantas vezes ele apareceu para os millonarios nesta Libertadores? Na fase de grupos, o inacreditável empate cedido ao Juan Aurich nos acréscimos teve cheiro de tragédia; em Monterrey, a equipe perdia por 2 a 0 para o Tigres e foi buscar dois gols nos minutos finais para se manter viva; na última rodada, venceu o San José, contou com a ajuda dos mexicanos e se classificou graças a uma combinação de resultados. Nas oitavas, o gás de pimenta na Bombonera. Nas quartas, uma vitória incontestável, histórica, no Mineirão.
Invasão argentina: River levou 10 mil torcedores a Assunção

Nas semifinais, porém, a história foi outra. O River já não é mais o River sobrevivente de abril e maio: é um time pronto, afirmado, engrandecido, com pinta de campeão da América, no qual o experiente Lucho González é só uma peça a mais na engrenagem, e não o centro de tudo na base do carteiraço. Foi superior ao Guaraní em Buenos Aires e vinha sendo até sofrer o 1 a 0, que pôs fogo no jogo. Foram os únicos 20 minutos de tensão do confronto semifinal - tensão que acabou graças às apostas de Gallardo, que não teve medo de apostar num jovem para substituir o centroavante titular da Colômbia na Copa do Mundo, e tampouco em promover a estreia do meia charrua na fogueira que era o Defensores del Chaco com o Guaraní a um gol de levar a disputa para os pênaltis.
Do 4-2-2-2, River passou ao 4-1-3-2 com Lucho González. A necessidade de recomposição é maior para Sánchez e Martínez nesta formação, mas a saída de bola com Lucho em vez de Ponzio melhora muito
O ressurgimento da grandeza millonaria tem a assinatura do treinador. Ele, que apostou em Pisculichi para ganhar Sul-Americana, mas não hesitou em tirá-lo do time quando via que Martínez pedia passagem; ele, que transformou Jonathan Maidana, na base da insistência, no melhor zagueiro do futebol argentino da atualidade; ele, que perdeu Teo Gutiérrez e não viu problema algum em apostar em Lucas Alario, um jovem de 22 anos que teve frieza de veterano ao encobrir Aguilar e marcar o gol salvador em Assunção.

A genialidade de Viudez, que vê a zaga em linha e lança Alario: golaço
Gallardo terá uma semana para pensar qual River enfrentará a primeira partida da decisão. O adversário importa neste caso, e muito. Diante do Internacional, o jogo de ida seria em Núñez, o que pressupõe uma equipe mais ofensiva, quem sabe até com Viudez desde o começo. Se for o Tigres, o jogo inicial será no México - uma viagem bem mais longa, que também poderia requerer alguns cuidados físicos maiores. Diminuem as chances de o uruguaio, sem tanto ritmo como seus colegas, começar, e aí Mayada, mais aplicado na recomposição, poderia ser uma ideia melhor.

Mas isso é assunto para Gallardo pensar a partir da madrugada de hoje. No momento, a única certeza é a de que, 19 anos depois, o River está de volta à final da Libertadores. E comandado por um grande técnico - mais um, aliás, que a Argentina vem apresentando ao mundo.

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