Chances para o azar



Quem esperava moleza quebrou a cara. O Avenida endureceu para o Internacional: fechou-se demais no primeiro tempo, criando dificuldades que somente a bola parada amenizava. No segundo, em desvantagem, tratou de se abrir. Levou perigo algumas raras vezes, mas aí os problemas estiveram mais é nas chances desperdiçadas pelo time de Diego Aguirre, que saiu com apenas 1 a 0. Resultado justo, que não condiz com a superioridade colorada nos 90 minutos, mas que quase foi pior.

Era previsível que Titi fizesse do Avenida um ferrolho. Aí reside a primeira questão: para que começar o jogo com Nilton e Freitas, se já havia três zagueiros? Pior: o Inter terminou o jogo com estes cinco jogadores defensivos, que na verdade eram sete, já que os alas recuavam à linha defensiva na maior parte do tempo. Assim, o Inter teve muitos problemas para entrar na área rival. No primeiro tempo, à exceção de um passe maravilhoso de Alex para Taiberson (salvo milagrosamente por Villa), só chegou em cruzamentos, faltas ou escanteios. O gol, claro, saiu assim.

A criação melhorou um pouco com a entrada de D'Alessandro. O argentino, na verdade, deveria ter entrado desde o início, e saído se fosse o caso de um cansaço. Um par de volantes era, de fato, desnecessário. E seguiu sendo, inclusive, no segundo tempo, quando o Avenida resolveu se abrir, já que precisava do empate. Faltou, claro, qualidade: Miro Bahia errou passes demais, os meias foram quase que volantes auxiliares e os laterais subiam pouquíssimo - Elias, por sinal, errou quase tudo. Só com Paulinho saía algo de útil - ou nas bolas aéreas, já que a zaga do Inter, mesmo com três homens, segue vazando.

O Inter, por sua vez, perdeu gol atrás de gol. Hoje ficou claro que Sasha não é centroavante: não foi mal, o camisa 9; mas em pelo menos quatro oportunidades um cruzamento de alguém o buscou na área, e ele, baixinho, não conseguiu o toque fatal por centímetros. Chances houve, afinal, havia também mais espaço: D'Ale, Alex e Sasha tabelavam bem, Anderson entrou com fome e teve boa movimentação, mas o desperdício, algo que ainda não havia sido visto no Inter 2015, foi a tônica da noite. No fim, quase um duro castigo, no cabeceio de Marcão para fora.

Para o Inter, pouca coisa muda. Com 25 pontos, está classificado na prática. Aguirre, na verdade, vai usar o Gauchão para entrosar este 3-5-2. É a única razão que justifica a escalação (e manutenção) deste esquema, que hoje foi cauteloso em excesso.

Em tempo:
- Que azar, o de Taiberson. Quando vinha se afirmando, uma lesão ainda no primeiro tempo. Sua expressão de desânimo ao fim do jogo era evidente.

- A entrada de Jorge Henrique na ala significa, talvez, que ele pode em breve ser titular por ali. Léo teve mais uma atuação fraca.

Ficha técnica
Campeonato Gaúcho - 1ª fase - 13ª rodada
25/março/2015
INTERNACIONAL 1 x AVENIDA 0
Local: Beira-Rio, Porto Alegre (RS)
Árbitro: Roger Goulart (RS)
Público: 11.816
Renda: R$ 175.905,00
Gol: Juan 41 do 1º
Cartão amarelo: Eduardo Sasha, Alex e Wellington
INTERNACIONAL: Alisson (6,5), Ernando (5), Juan (6) e Réver (5,5); Léo (4,5) (Jorge Henrique, 23 do 2º - 5,5), Freitas (5,5), Nilton (6) (Anderson, 11 do 2º - 6), Alex (6) e Fabrício (5); Taiberson (5,5) (D'Alessandro, 34 do 1º - 6) e Eduardo Sasha (6). Técnico: Diego Aguirre (5,5)
AVENIDA: Villa (7), Elias (4), Léo Korte (6,5), Sérgio (6) e Paulinho Araújo (5,5); Michel (6), Ramos (5,5) (Marcão, 37 do 2º - sem nota), Wellington (4,5) (Márcio Tinga, 13 do 2º - 5,5) e Henrique (5) (Alexandre, 23 do 2º - 5,5); Miro Bahia (5) e Paulinho (5,5). Técnico: Titi (6)

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