O lance final que esconde o resto
O que Hart fez ao salvar o pênalti batido pelo craque argentino, que emendou em um peixinho para fora no rebote, foi apenas salvar o City de uma eliminação precoce. Se é que ela já não ocorreu: afinal, a vantagem de 2 a 1 obtida pelo Barça em Manchester, se não define, ao menos encaminha a definição do confronto. É uma vitória fora de casa e, ainda que simples, com dois gols marcados em território alheio. No Camp Nou, a perda da vaga nestas circunstâncias, mesmo diante de um adversário cheio de estrelas, beiraria a tragédia.
Trágico, aliás, foi o que o time de Manuel Pellegrini apresentou no primeiro tempo. Sem Yayá Touré comandando o meio, e com jogadores como Kompany, Fernando e Milner em jornada lamentável, o City foi presa fácil para o time de Luis Enrique - isso que Iniesta e Neymar foram apenas discretos. Sem a posse de bola maçante da velha escola espanhola, mas com muita aproximação e mais objetividade e velocidade que na Era Guardiola, os catalães controlaram completamente a partida e não deram chances aos donos da casa. Suárez, oportunista e certeiro, fez dois. Messi flanava sua qualidade técnica varrendo a defesa inglesa a dribles. O segundo gol foi assim: limpou quatro, abriu o clarão para o ingresso de Jordi Alba, e deste para o gol de centroavante de Luisito. 2 a 0 foi até pouco: em 45 minutos, foram oito chances claras, contra duas do City.
Novato na Liga dos Campeões, o time inglês sentiu o peso do jogo. No segundo tempo, porém, voltou mais aceso: dominou e criou muitas oportunidades no começo, descontou aos 24, mas a expulsão de Clichy comprometeu as possibilidades de empate, que eram reais àquela altura dos acontecimentos. Tanto que, depois do cartão vermelho, os britânicos não chegaram mais nenhuma vez à área do Barça. O único lance de real perigo foi o descrito no segundo parágrafo. Causou uma pequena festa no Etihad, mas não dá conta das dificuldades que a equipe terá para reverter a desvantagem. Mas o 3 a 1, convenhamos, seria bem pior.
Freitas e mais resguardo
Duas previsões que fiz aqui a respeito do Internacional já estão perto de se concretizar: Freitas será titular e o time atuará com dois volantes, mais Aránguiz. Aguirre fechou o treino de ontem, mas tudo indica que a equipe entrará contra La U com Freitas, Nílton, Aránguiz, D'Alessandro e Alex no meio. É o jeito para deixar a defesa menos vulnerável. Nílton não ficará mais solitário para marcar, como penou Willians em 2014. O problema é o chileno: sempre jogou melhor saindo de trás, ao lado de apenas um centromédio, em vez de mais adiantado. Até lá, Anderson e Vitinho que aguardem sua vez no banco. Time se começa ajeitando a defesa, e defesa ajeitada é defesa protegida.
Bom resultado
A vitória do Emelec por 3 a 0 sobre o Strongest foi ótima para o Inter. Com uma simples vitória nesta quinta, o Colorado já ultrapassará os bolivianos, e o melhor: ainda terão de enfrentá-los dentro do Beira-Rio, não mais em La Paz. Claro, ficou um pouco mais complicado se classificar em primeiro lugar, mas ainda há tempo. E o principal, evidente, é garantir um dos dois primeiros postos.
Racing, o melhor
O Corinthians vem jogando demais, mas o Racing dá show. Lembra o Atlético Mineiro de 2013, tal a superioridade com que vence e o futebol que joga. Depois de enfiar 5 a 0 no Deportivo Táchira fora de casa, a equipe de Avellaneda patrolou o Guaraní paraguaio por 4 a 1 em casa. São 6 pontos, 8 gols de saldo e 9 tentos marcados em apenas duas rodadas. Bou, artilheiro da Libertadores, já marcou 6 gols - mais que 34 dos 37 clubes que disputaram alguma partida do torneio.
Trinta anos depois
Pelotas não fala de outra coisa a não ser a grande partida entre Brasil e Flamengo, revivendo o histórico duelo do Brasileirão de 1985. Aliás, como naquela oportunidade, o Xavante pode vencer hoje: o time de Luxemburgo não é nenhuma excepcionalidade, e o Brasil vai muito bem no Campeonato Gaúcho, com um time entrosado, experiente e forte, desde o ano passado. Será a maior noite do futebol pelotense desde aqueles 2 a 0 sobre Zico.
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