Libertadores pra uns, desespero para outros

Diante de um Palmeiras que certamente imporia dificuldades pela situação desesperadora em que se encontrava, a grande questão da noite no Beira-Rio era se o Internacional conseguiria impor sua maior qualidade técnica para chegar à vitória. Pois o resultado veio, com certa folga, sem que o time de Abel Braga tenha sequer precisado jogar bem. Aliás, é exatamente deste modo que a equipe conquistou sua vaga na Libertadores: sem grandes atuações nos jogos recentes, mas sempre vencendo, especialmente em casa. Sem margem para contestações.

O 3 a 1 dá a entender uma facilidade que nunca houve. O jogo foi extremamente equilibrado em sua maior parte. Postado todo atrás da linha da bola e esperando um contragolpe para chegar ao gol, o Palmeiras deixava o Inter sem opções de ataque. Willians era obrigado a armar o jogo, sem ter qualidade para isso, já que Aránguiz, Alex e D'Alessandro eram isolados pela barreira verde. Com grande dedicação na marcação, o time de Dorival Júnior foi um adversário complicado no primeiro tempo. Tomou um gol de azar, já que fase ruim é pouca coisa, mas chegou ao empate num ótimo cruzamento de Victor Luís para Renato.

No começo do segundo tempo, mais confiante após ter buscado a igualdade, o Palmeiras adiantou suas linhas e saiu mais para o jogo. A partida, porém, não ficou mais aberta: o Alviverde não chegava à área colorada por absoluta falta de qualidade. O Inter, por sua vez, seguia com dificuldades para criar. Quando chegou, porém, matou, e a diferença de qualidade entre os dois lados foi, por isso, decisiva. Fabrício fez de cabeça, renovando seu status de herói; Valdívia, o dos gaúchos, fez um golaço e definiu a parada.

O Internacional está de volta à Libertadores, três anos depois. Para quem fez um Brasileirão medíocre em 2012 e péssimo em 2013, conquistar lugar no G-4 com uma rodada de antecipação é um ótimo resultado. Os discursos no Beira-Rio, todos, fazem a ressalva de que este time podia mais. Não é verdade: o Inter tem ótimos titulares do meio para a frente, mas quase todos veteranos, e raros com reposição à altura. É um time irregular, e que chegou onde dava para chegar. Talvez tenha ido além de suas possibilidades. Se igualar os 69 pontos do timaço de 2006, terá conquistado uma façanha e tanto. Precisa melhorar bastante para entrar na Copa com possibilidades de título.

Quanto ao Palmeiras, o desespero só não é maior porque o Vitória caiu de quatro em Manaus para o Flamengo. A equipe paulista entra na última rodada dependendo só de si: basta vencer o Atlético Paranaense que a permanência está garantida. Os baianos pegam o Santos, também em casa. Um adversário que, como o Furacão, não tem mais o que fazer no campeonato. O sofrimento vai até o fim. Na verdade, ele pode até continuar, mesmo que o time não caia, em 2015. Desde 2012 que não dá trégua.

Só milagre. Ou nem isso
Com a vitória do Inter, o Grêmio só vai à Libertadores se ganhar seus dois jogos e o Corinthians perder seus dois. Como o Timão visita o Fluminense às 17h, talvez o time gaúcho já entre em campo eliminado na Fonte Nova. O Bahia, com seus míseros 34 pontos, se mantém vivo se vencer o jogo. Só um milagre salva os dois tricolores. Ou nem isso, dependendo do que fizerem seus concorrentes.

20% catarinense
Além do Joinville, o Avaí conseguiu o acesso numa rodada emocionante da Série B. Boa Esporte, Atlético Goianiense e até o América-MG estiveram, em algum momento da tarde de sábado, promovidos. Quem se deu melhor foi o time de Florianópolis, que fez 1 a 0 no Vasco, contou com o tropeço do Boa diante do Icasa e do Dragão contra o Santa Cruz, e volta à elite, três anos depois. Santa Catarina será o segundo estado com mais representantes na primeira divisão em 2015, só atrás de São Paulo: Figueirense, Chapecoense, Joinville e Avaí estão garantidos.

Mais um vice
A torcida da Ponte Preta não aguenta mais. O clube de 114 anos mais uma vez não conseguiu conquistar seu primeiro título na história. Desta vez, escapou por muito pouco: no 1 a 1 com o Náutico na Arena Pernambuco, a Macaca teve duas chances nos minutos finais, uma delas imperdível, mas que Adrianinho demorou demais a bater. A torcida ficou indignada, os jogadores saíram de campo visivelmente abatidos. Para a Ponte, tão importante quanto o acesso era conquistar o título. Melhor para o campeão Joinville, que fez festa mesmo levando 1 a 0 do Oeste, em Itápolis.

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