15 anos depois, papéis invertidos

Chegar à Libertadores não é nenhuma glória para o Internacional, apenas um demonstrativo da grandeza de sua campanha em 2014. Para o Palmeiras, porém, não cair é a sobrevivência: seria a segunda queda do gigante paulista em três anos, a terceira em pouco mais de uma década. Seria jogar o primeiro ano de sua linda nova arena no lixo, com confrontos de segunda divisão. Um desastre, em suma, tanto financeiro quanto para a imagem da instituição.

Em casos como o de hoje, porém, onde dois clubes de mesmo porte se enfrentam em situações de tabela distintas, nem sempre a superioridade técnica prevalece. Isso é um alerta ao próprio Inter, que viveu situação extremamente semelhante 15 anos atrás. Naquele 10 de novembro de 1999, não fosse o gol de Dunga, o Colorado teria ido para a Série B. Venceu por 1 a 0 um Palmeiras infinitamente melhor, então campeão da América, e que entrou em campo lutando por sua classificação para a segunda fase do Brasileiro. Ganhou o desesperado, o mais necessitado. Não poderia haver exemplo melhor de como será preciso se superar hoje pata obter a classificação antecipada para a Libertadores do ano que vem.

O Palmeiras de hoje à noite tende a ser um Palmeiras muito mais duro que aquele que perdeu de 6 a 0 para o Goiás, que levou 3 a 1 de virada do Figueirense, que perdeu seus últimos três jogos. É um Palmeiras que joga por sua grandeza centenária, por uma camisa que pesa como poucas no futebol brasileiro. O Internacional precisará se superar se quiser derrotar este adversário no Beira-Rio, mesmo que seja muito melhor time, mesmo que o estádio esteja lotado, mesmo que entre motivado por um objetivo que não alcança há três anos.

A ótima notícia para Abel Braga é que estão à disposição seus quatro jogadores mais decisivos: Alex, Aránguiz, D'Alessandro e Nilmar jogam. Isso desequilibra tecnicamente o confronto. Ainda assim, todos deverão ser muito marcados, e precisarão desempenhar tudo o que sabem para que a vitória venha. Afinal, do outro lado estará um rival desesperado. E contra rivais desesperados, necessitados, que jogam por um prato de comida e possuem, apesar de tudo, muita tradição, é preciso superação. Igualar na vontade e desequilibrar na qualidade. Do contrário, as coisas se complicam.

Paralelismo
Ao Palmeiras, a necessidade é de vitória no Beira-Rio. Tudo porque seu rival mais próximo de tabela, o Vitória, joga contra um Flamengo pouco motivado hoje, também às 19h30, em Manaus. Se pontuar menos que o time baiano, o Alviverde só não entra a última rodada na zona de rebaixamento se pelo menos obtiver um empate hoje em Porto Alegre e o Coritiba amanhã perca para o Atlético Mineiro. Ainda assim, não espero iniciativa do time de Dorival Júnior hoje.

Contas para subir (e não cair)
Hoje a Série B define o último promovido para a elite do ano que vem. O Boa Esporte, de Varginha, é o favorito: vencendo o rebaixado Icasa, em Juazeiro do Norte, garante o acesso. Tem os mesmos 59 pontos de Atlético Goianiense (recebe o Santa Cruz) e Avaí (recebe o Vasco), mas com uma vitória a mais que os rivais. O América-MG tem 58. Precisa vencer o Sampaio Corrêa e torcer para seus três adversários não vençam. O Ceará, com 57, só sobe por milagre. Lá atrás, o Oeste, com 45, recebe o quase campeão Joinville. América-RN e Bragantino têm 43 - os potiguares visitam o Paraná, os paulistas, o ABC (rival do América, o que apimenta a rodada). Um deles cai para a Série C.

Um aviso
Alán Ruiz fora da viagem a Salvador é o recado que Felipão dá à direção do Grêmio: não faz questão da permanência do argentino em 2015. Uma pena: além de decisivo no Gre-Nal, Ruiz mostrou boa qualidade técnica, catimba e seguidamente melhorou o time, quando entrava desde o início ou no meio dos jogos. Porém, é mesmo um preço alto a quem nunca se firmou como titular em um ano.

Luto
Descanse em paz, Chespirito. E obrigado por tornar a nossa existência, para sempre, muito mais leve e feliz.

Comentários

Chico disse…
Dia do luto.