A paciência do líder

Time confiante não confunde pressa com velocidade, nem com precipitação. O Cruzeiro foi assim: diante de um adversário muito fechado, martelou até conseguir o gol. A proposta de Jorginho era clara: segurar o empate a todo custo. Escalou quatro jogadores de contenção no meio, sem ligação, apostando na solidez defensiva para segurar o 0 a 0 ou, quem sabe, num lance de sorte, fazer o gol num erro cruzeirense. Quem atua assim espera a sorte mas, também, dá sopa para o azar.

Foi exatamente o que ocorreu no jogo de ontem. O gol contra de Alemão, aos 17 minutos do segundo tempo, foi um castigo duro a quem se defendia bem, mas só se defendia. E é claro que a desvantagem desarticulou a estratégia dos baianos, que se viram obrigados a tentar mais o ataque, sem estarem preparados para isso. O Cruzeiro fez mais dois, com Ricardo Goulart e Éverton Ribeiro, e sofreu um golzinho nos acréscimos - Ayrton, de falta, como sempre.

Pelo lado da Raposa, o mérito foi justamente a paciência. Diante de uma defesa fechada demais, criou diversas oportunidades de gol, sem se abalar pela demora em abrir o placar. Algo típico de uma equipe consolidada e vencedora, e não poderia ser de outra forma: com 22 pontos, o Cruzeiro não pode ser alcançado por ninguém neste momento. É uma vantagem grande mais para apenas 10 rodadas. Candidatos a estragar a festa do bi, como Fluminense, Inter, Grêmio ou Atlético-MG, nem no retrovisor aparecem mais. O resto que corra atrás, porque o time mineiro é favoritaço novamente ao título.

Eficiência do Peixe
Na Vila, o Santos foi mais eficiente que o Palmeiras. Na estreia de Ricardo Gareca, o time alviverde não aproveitou as chances que teve, em uma partida razoavelmente equilibrada. É cedo para desespero, mas 13 pontos em 30 disputados é um aproveitamento baixo. Quanto ao Peixe, os 17 lhe colocam na boca do G-4. Um bom começo de Brasileiro.

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