Os sétimos poderão ser os primeiros

Passadas oito rodadas do Campeonato Brasileiro, os oito primeiros colocados estão separados por apenas três pontos. O equilíbrio é absoluto, e olha que não estamos mais tão no começo do campeonato - mais de 20% dele já foram transcorridos. O 8º colocado, São Paulo, só não terá como ultrapassar o líder Cruzeiro pelos critérios de desempate. O Grêmio, que era o vice-líder há cinco dias, hoje é o 7º; o Inter, 8º no domingo, hoje é 4º. Tudo por causa de um pontinho.

A rodada de ontem colaborou muito para isso. O empate do Grêmio na Ilha do Retiro não foi bom? Ok, mas parece mais interessante que perder para o Corinthians, como fez o Cruzeiro; ou empatar em casa com Vitória, caso do Goiás; ou pior, perder em casa para o então rebaixável Botafogo, como fez o Palmeiras, que teria pontuação de vice-líder caso vencesse, mas como perdeu é só o 9º colocado. Três resultados que ajudaram a embolar de vez a tabela. A parada para a Copa deverá ter o signo do equilíbrio e da indefinição de quem é quem.

São Paulo: 18 mil pessoas lotaram o Canindé e conferiram a falha de Fábio em um chute despretensioso de Guerrero. O 1 a 0 leva o Corinthians (3º, 15) ao G-4, encostando no líder Cruzeiro (1º, 16). Segunda vitória seguida do time de Mano Menezes, que domingo recebe o Botafogo, no Itaquerão.

Caxias do Sul: pouco mais de 3 mil pessoas encararam o frio da noite na serra gaúcha e viram o Inter (4º, 15) bater a Chapecoense (18º, 5) por 2 a 0, dois gols de Wellington Paulista. Abelão reconheceu a partida ruim de seu time. O Colorado foi mais uma vez pouco criativo, abusou do chuveirinho e foi até dominado pelos catarinenses em determinados momentos do jogo. Mas a vitória era fundamental antes do difícil confronto de domingo, contra o Fluminense.

Goiânia: a boa campanha do Goiás (5º, 15) não empolga a torcida. Pouco mais de 4 mil pagantes foram ao Serra Dourada apoiar o time que, se vencesse, acabaria a rodada como líder. Ficou no 0 a 0 com o Vitória (16º, 7) e por isso dormiu fora do G-4.

Uberlândia: o Atlético-PR (11º, 10) vendeu o mando do jogo para o São Paulo (8º, 13), e mal vendido. Apostou em um Parque do Sabiá cheio de são-paulinos, mas menos de 3 mil pessoas foram ao jogo. Em campo, o Furacão postou-se como mandante, esteve sempre à frente do placar, fez 2 a 1 aos 46, mas sofreu um empate tardio e ficou no 2 a 2 mesmo.

Prudentão: Ricardo Gareca deve estar bastante preocupado com o que viu até agora do Palmeiras (9º, 12). Desde que chegou, acompanhou o time bater o lanterna Figueirense apertadinho e duas derrotas seguidas por 2 a 0. Ontem, diante do Botafogo (12º, 8), sobrou baixaria e preconceito nas disputas em campo e nos microfones entre Emerson Sheik e Lúcio. O Fogão sai da zona de rebaixamento e coloca nela o rival Flamengo.

Criciúma: o Criciúma (10º, 11) fez o dever de casa. Aproveitou a fase tenebrosa do Coritiba (19º, 4) e ganhou por 1 a 0, diante de 9 mil torcedores no Heriberto Hülse. É o quarto jogo seguido do Tigre sem sofrer gols, e o oitavo de jejum de vitórias do Coxa neste Brasileiro.

A rodada desta quarta teve apenas 8.202 torcedores em média por jogo, fruto da falta de interesse nas primeiras rodadas do campeonato por parte da torcida e da improvisação em torno dos estádios - ontem, cinco dos oito mandantes não jogaram em suas casas habituais. A média geral do campeonato é de 13.798, mas deve aumentar após a Copa do Mundo.

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