Mais ofensivo, mas pouco alterado

Após o jogo de domingo, Enderson Moreira admitiu que o 4-2-3-1 era o esquema que ele sempre quis implantar no Grêmio. De fato, se formos buscar lá atrás, em seu primeiro jogo, contra o Aimoré, o time atuou mais ou menos desta forma. As circunstâncias é que o impediram de tentar algo parecido: time encaixado com três volantes, lesão de algum dos meias (Zé Roberto, depois Luan), baixo rendimento de outros (Maxi Rodríguez)...

Agora, tudo conspira a favor da mudança. O Grêmio terá Zé, Luan e Dudu disponíveis pela primeira vez em dois meses nesta quarta, e justamente em um jogo no qual precisa vencer seu adversário por pelo menos dois gols de diferença. E esta alteração para tornar o time mais ofensivo faz todo o sentido, com uma ressalva: que não mude o esquema tático consolidado do Tricolor. Não se trata de improvisos, pelo contrário: é adaptar o time às circunstâncias que o jogo impõe.

Como fazer isso? Ora, é mais simples do que se imagina, e certamente é o que Enderson Moreira fará nesta quarta. A entrada de Zé Roberto não alinhará o time no 4-2-3-1 idealizado pelo técnico gremista, mas no 4-3-3 (ou 4-3-2-1, como queiram) de sempre. Zé fará a função de Ramiro, como volante pela esquerda. Esta substituição tem todas as vantagens: a primeira, é a de não mexer no que vem dando certo. Com um volante fixo e dois projetados, o Grêmio encontrou um equilíbrio entre solidez defensiva e marcação adiantada com capacidade de surpreender, que tem sido seu grande trunfo na Libertadores. O Tricolor não é um time retrancado com três volantes, trata-se de uma leitura simplista; é uma equipe combativa que marca ofensivamente por causa de Ramiro e Riveros, que alia segurança atrás com fluidez na frente.

A entrada de Zé Roberto no lugar de Ramiro dará, simplesmente, maior qualidade à movimentação ofensiva. E faz todo o sentido: Edgardo Bauza dificilmente não montará o San Lorenzo fechado para explorar os contragolpes. Com Zé, o Grêmio ganhará bola parada e terá um lado esquerdo fortíssimo, com ele, Dudu e Wendell. Se Buffarini já sofreu tendo apenas Dudu pela frente em Buenos Aires, tendo três jogadores de qualidade a enfrentá-lo poderá ser facilmente batido. O jogo será forçado pela ala canhota. Pela direita, Luan e Riveros têm condições de surpreender a defesa argentina, com o primeiro abrindo espaço para o segundo ingressar na área. Haverá jogadas pelos dois lados, portanto.

O lado ruim? Aos 39 anos, o veteraníssimo talvez canse antes da hora. Ramiro e Riveros jogam de forma extremamente intensa. Será a hora de mexer, colocando Maxi, Rodriguinho, ou até mesmo o próprio Ramiro, caso o time já tenha conseguido os dois gols que necessita e precise se fechar para segurar uma eventual vantagem.

Mais dois classificados
Bayern München x Real Madrid é o jogaço do dia, mas a Libertadores tem duas definições importantes hoje à noite. Defensor e Vélez precisam reverter a desvantagem do jogo de ida diante de Strongest e Nacional-PAR. A exemplo de Grêmio, Cruzeiro e Atlético-MG, são dois times tecnicamente superiores aos seus rivais de mata-mata, mas que começaram perdendo a disputa das oitavas de final. Os argentinos precisam de dois gols, os uruguaios de três.

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