A semana que realmente importa

Depois de 15 rodadas enfadonhas, o Campeonato Gaúcho enfim chega na sua reta decisiva. De cara, se vê que muita coisa anda errada. O Internacional não poderá enfrentar o Cruzeiro em seu estádio, o que por si só é uma lástima, mas ainda não culpa da FGF. Porém, poderá massacrar o seu adversário em campo hoje e ter a fatalidade de não marcar nenhum gol, como o rival Grêmio há algumas semanas, e ir para um 0 a 0 que leve para os pênaltis. Poderá, por força de um regulamento que prevê jogo único entre o 1º e o 8º colocados, ser eliminado mesmo fazendo o dobro de pontos em relação ao adversário (38 a 19), e mesmo sem que perca para ele nos 90 minutos - e nem na primeira fase, quando goleou por 4 a 1.

O estadual arrastou-se por dois meses e 120 jogos para decidir tudo em apenas oito partidas. Foram oito semanas de poucas emoções para chegarmos a nove dias em que os finalistas serão conhecidos - e até o domingo que vem, dia 30, já teremos a primeira partida da decisão, inclusive. Aí, uma parada para o Inter reinaugurar o Beira-Rio e o retorno ao estadual duas semanas depois, quebrando o clima já pouco interessante da finalíssima. Muito erro para um campeonato só.

Seja como for, agora sim é a hora de os titulares decidirem. A vantagem da atual fórmula é poder permitir aos grandes jogarem apenas quatro partidas decisivas para disputarem o título, o que significa menos jogos desgastando os titulares. De 2009 a 2013, eram necessários de cinco a oito jogos eliminatórios. E na hora de os titulares decidirem, o Inter terá pela primeira vez seu time completo em campo hoje à tarde, no Vale. Na prática, Abelão repete a escalação desde o começo de fevereiro, mas antes Dida era desfalque, depois foi Juan o ausente. Hoje ambos jogam, e D'Alessandro retornará de lesão. Eis a atração de hoje à tarde em Novo Hamburgo.

A Rádio Estação Web transmite tudo, e estarei amanhã na Arena para os comentários de Grêmio x Juventude

Irritação
Abel Braga tem toda a razão em se irritar com a impossibilidade de atuar no Beira-Rio. O Inter fez dois jogos-teste em partidas insignificantes da primeira fase e agora, quando decide vaga, não pode usá-lo. Há realmente muita coisa mal explicada, e um planejamento pouco coerente também. Talvez não seja culpa direta da direção, o próprio treinador a absolveu na coletiva de ontem e deixou no ar quem seriam os culpados. Uma coisa, porém, é certa: todos sabiam que, no fundo, o Internacional só voltaria a jogar mesmo em seu estádio após a Copa do Mundo. E é o que vai acontecer, já que nas primeiras nove rodadas do Brasileirão isso não será possível.

Em tempo:
- Espetacular reação do Caxias, que perdia por 2 a 0 em casa para o Veranópolis até 27 da etapa final, buscou o empate e ganhou por emocionantes 9 a 8 nos pênaltis. Vai com moral para pegar o Colorado na semifinal.

- Para os gremistas, o ideal hoje é não dar Brasil contra o Novo Hamburgo. Ao menos não nos 90 minutos: vitória xavante obriga o Grêmio a ganhar nos 90 minutos do Juventude amanhã para evitar uma semifinal no Bento Freitas quarta que vem.

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