O andar do caminhão ajeita as melancias

A vitória do Newell's Old Boys sobre o Nacional uruguaio por 4 a 0 deixou claras algumas coisas no grupo da morte da Libertadores. A primeira e mais evidente é a de que a chave tem, na verdade, três grandes postulantes à classificação, e não quatro. O Nacional confirmou em Rosário que de fato é a equipe mais fraca da chave. Não é um time tão ruim quanto parece e quanto a péssima atuação de ontem deixou transparecer: tem alguns bons jogadores, e provavelmente se classificaria em outros grupos não tão difíceis. Mas está degraus abaixo dos três outros times que o sorteio lhe impôs enfrentar de cara.

Embora nunca possa ser desprezado por sua imensa tradição, o Nacional já respira por aparelhos na Libertadores. Com zero ponto e um horrendo saldo de cinco gols negativos, terá pela frente o forte Atlético Nacional, em Medellín, no próximo dia 11. Já está seis pontos atrás do líder Grêmio, e o enfrentará apenas mais uma vez, e em Porto Alegre. Para voltar de fato à briga, os uruguaios precisarão arrancar um empate na Colômbia e torcer para que o Newell's perca ou empate em Porto Alegre daqui a duas semanas. Aí sim, poderão pleitear de novo uma vaga, tendo de enfrentar (e vencer, claro) colombianos e argentinos em casa em sequência. Não é impossível, mas muito difícil, a começar por sua própria tarefa de pontuar em Medellín.

No Coloso del Parque, o gol cedo de Maxi Rodríguez e o contra de Curbelo foram dois duros golpes que o Bolso não soube assimilar. O cenário lá é realmente complicado. Com 3 pontos, o Newell's está vivíssimo na briga pela classificação. Ao lado do Atlético Nacional, é quem pode ameaçar a vaga do Grêmio às oitavas de final. Assim como os colombianos, joga com três atacantes, mas se fecha mais fora de casa. Virá à Arena no dia 13 buscando certamente um empate, que combinado a uma vitória em Rosário lhe colocaria com os mesmos 7 pontos do Tricolor.

O empate em Rosário teria sido o ideal para o Grêmio, pois seguraria argentinos e uruguaios. A vitória do Newell's Old Boys torna fundamental ao time gaúcho uma vitória na próxima rodada. O Tricolor tem um trunfo importante: é o único time que já venceu fora de casa. Pode perdê-lo se deixar pontos pelo caminho para concorrentes direto da Arena. Ao contrário do grupo maluco de Huachipato, Caracas e Fluminense em 2013, os mandantes é que têm dado as cartas nesta chave tão complicada.

Em tempo:
- Faltam 10 dias para a volta do Carta na Mesa!

Comentários

Não achou curioso que os cinco gols tomados pelo Nacional nessa Liber foram todos resultantes de cruzamentos - e desses, três resultaram gol de cabeça?

Decepcionante a zaga uruguaia.
Vicente Fonseca disse…
E o pior: a bola aérea é justamente a maior arma ofensiva do Nacional, com Scotti e Alonso. No mínimo curioso, Fred.
Sancho disse…
De repente, nossa vitória suada e polêmica em Montevidéu vai perdendo seu ar de façanha para ganhar de obrigação. Vejamos como o A. Nacional se comporta lá...

Os três jogos mais difíceis da chave, ao que tudo indica (AQTI), vêm agora: Ñuls (c,f); A. Nacional (f). Não ganhamos nada ainda.