A volta para casa

Fabrício entrou mesmo para a história, como ele próprio falou no intervalo da goleada do Internacional sobre o Caxias, por 4 a 0. Foi dele o primeiro gol da nova era do Beira-Rio. Uma era que deveria ter começado em abril, com o estádio totalmente pronto, com toda a pompa do amistoso contra o gigante Peñarol, mas que foi obrigada a iniciar com 1/5 do estádio liberado, em um jogo de pouca importância do campeonato estadual, por conta da chatíssimas exigências da FIFA e seus "eventos-teste".

A grande atração da noite, claro, foi o estádio. Ainda com alguns problemas normais de quem está se adaptando aos novos tempos, como telecomunicações extremamente precárias, alguma aglomeração nos banheiros e filas para sair do estádio. E aí vem a ponderação óbvia: é por esses ajustes que só 10 mil pessoas puderam ver o jogo. O Grêmio teve 60 mil pessoas em sua inauguração da Arena, o Mineirão apresentou uma série de problemas num clássico com 60 mil entre Cruzeiro e Atlético. O Inter não tem tanto tempo assim até a Copa. As exigências da entidade que comanda o futebol mundial são chatas, mas podem ter preservado a imagem do renovado estádio do Inter.

O que ainda preocupa, e bastante, é o entorno. Faltando três meses e 29 dias para o primeiro jogo da Copa do Mundo em Porto Alegre, a realidade na Padre Cacique é muito distante da que as maquetes indicavam. Quem passa por lá, como fiz na última terça-feira, não acredita, em absoluto, que em 119 dias tudo ficará pronto. Apenas a Avenida Beira-Rio está próxima disso.

Em campo, o Internacional seguiu seu bom começo de ano com uma goleada incontestável. O Caxias pertence à chave do Grêmio, que a pontuação indica ser bem mais fraca que a colorada, mas ainda assim foi batido como muita facilidade. Será que Fabrício (incríveis três jogos e quatro gols em 2014) e Rafael Moura começaram sua redenção com a chegada de Abel Braga? Cedo para dizer. O mais provável é que estejam aproveitando o Gauchão para jogarem soltos e marcarem muito mais gols do que de costume. No Brasileirão, a realidade deve ser bem mais complicada.

Tarde de Alán Ruiz
O discurso de querer usar sempre força máxima é bonito, mas a realidade se impõe e dificulta os planos de Enderson Moreira. Faz bem o Grêmio em poupar titulares no jogo deste domingo, em Bento Gonçalves. Assim, podemos ver quem quase nem jogou ainda, como o argentino Alán Ruiz, titular confirmado. O time que treinou sábado, porém, poderia ter mais reservas. Qual o sentido de testar o já conhecidíssimo Bressan em vez de escalar Geromel, que ainda nem jogou, ao lado de Werley? Para que mais um jogo com Luan, o homem que mais vezes atuou no Grêmio em 2014, e não com Dudu? Mas a escalação de alguns titulares indica que o clube realmente dá certa importância ao estadual. Não a mesma da Libertadores, claro, mas maior que de anos atrás, nos quais as competições eram tão simultâneas quanto agora.

Em tempo:
- Hoje tem clássico em São Paulo. Palmeiras x Corinthians, com favoritismo absoluto palmeirense. Quem diria?

- Redes do Beira-Rio mudam do formato caído tradicional para o do Padrão FIFA, mais esticado. Como é chato o Padrão FIFA.

Comentários

Sancho disse…
No Maracanã, eles voltaram ao padrão antigo.

Eu sou pela diversidade.
Vicente Fonseca disse…
Eu também, Sancho. Sou da época em que a gente identificava os estádios pela rede das goleiras. Aquele caimento gigantesco e amplo do antigo Mineirão, por exemplo, era inconfundível.