Retrospectiva 2013: Internacional

O Internacional nunca teve elenco para brigar de fato pelo título brasileiro de 2013. Isso foi repetido aqui e no Carta na Mesa várias vezes antes do campeonato começar. Desde o início do certame a montagem do elenco colorado foi equivocada, privilegiando grandes nomes do meio para frente, mas deixando opções medíocres em termos defensivos. A campanha, obviamente, foi a de um time que fez muitos gols, mas também os tomou, e assim não chegou a lugar algum.

Para completar, erros cometidos nos últimos anos se repetiram: apesar de algumas mudanças, o elenco seguiu com nomes que já deveriam ter deixado o clube há algum tempo. Outro erro foi trazer reforços no fim da janela de agosto esperando que rendessem bem de cara. O exemplo de Forlán, que fracassou no Brasileiro de 2012 e foi bem só no Gauchão de 2013 não foi suficiente para mostrar que Alex e Scocco teriam dificuldades.

O Inter teve sérias dificuldades nas primeiras rodadas, mas encaixou após a Copa das Confederações e dava a impressão de que poderia brigar por G-4. A partir da derrota para o Náutico por 3 a 0, na 9ª rodada, a coisa degringolou. Vieram nada menos que seis empates seguidos, que fizeram a equipe perder terreno. Exaltava-se o poder de reação do time, que sempre recuperava-se de uma derrota iminente, mas a defesa, obviamente, vazava - e muito. O returno, porém, é que foi trágico: o Inter foi o penúltimo colocado, só à frente do Náutico, com míseros 18 pontos em 57 disputados. Lutar contra o rebaixamento, embora não fosse esperado, acabou sendo a consequência natural.

O Beira-Rio fez falta? Fez. Mas dizer que a campanha seria muito melhor com o seu estádio é o típico pensamento mágico de quem não consegue enxergar os próprios equívocos. O Inter, mais uma vez, superestimou suas possibilidades, mostrou fragilidades defensivas, má montagem de grupo, extrema dificuldade em se renovar e pagando salário para jogadores acomodados, dos quais o clube não consegue se desfazer. Começar 2014 mantendo o vice de futebol mal sucedido, recontratando Abel Braga e renovando com Índio são indicativos de que o ano novo pode ser bem parecido com o ano velho.

NÚMEROS DA CAMPANHA
48 pontos; 38 jogos; 12 vitórias; 12 empates; 13 derrotas; 51 gols marcados; 52 gols sofridos; 42,1% de aproveitamento
Em casa: 28 pontos (49,1%) - 16ª melhor campanha
Fora: 20 pontos (35,1%) - 8ª melhor campanha
Destaques: D'Alessandro (M), Otávio (M)
Decepção: Leandro Damião (A)
Artilheiro: D'Alessandro, 11 gols
Média de público: 8.439 (18º)
Evolução: 
5ª rodada: 11º; 10ª rodada: 6º; 15ª rodada: 8º; 20ª rodada: 5º; 25ª rodada: 10º; 30ª rodada: 9º; 35ª rodada: 11º; Final: 15º; Tapetão: 13º
Melhor atuação: Fluminense 2 x Internacional 3 (7ª rodada)
Pior atuação: Internacional 0 x Portuguesa 1 (23ª rodada)
Turno: 30 pontos, 6º colocado
Returno: 18 pontos, 19º colocado

Comentários

Gustavo Levin disse…
Colocaria aí como decepção também os próprios Alex e Scocco. Torço pra que se recuperem no ano que vem. Otávio e João Afonso como revelações e como grande surpresa o Jorge Henrique.
Vicente Fonseca disse…
Na verdade, eu tenho tentado sempre escolher 3 destaques e 1 decepção. No Inter, só consegui achar 2 destaques. Decepções há várias...