Dia de vitória e de gols

Não há desculpa. O Grêmio joga em casa, apenas sem Eduardo Vargas, e pegará um Vasco que é tecnicamente muito inferior e ainda por cima virá sem Juninho Pernambucano. O time carioca é o que mais luta, entre os de baixo, para não cair. Terá Bernardo como titular depois de muitos meses. Mas precisa ser batido, assim como o time misto ou reserva que o Flamengo deve mandar a Porto Alegre domingo, se o objetivo for mesmo a Libertadores. Não mais para adiar os resultados positivos ou prolongar esse histórico jejum de gols.

Renato Portaluppi pode repetir o time que perdeu para o Cruzeiro, mas eu aposto em mexidas. Apesar do discurso de que o time foi bem no Mineirão, ele sabe que sua equipe cria pouco e conclui mal. Nos últimos jogos, o Grêmio pressionou e teve chances diversas contra Bahia e Atlético Paranaense, mas isso ocorreu sempre com a "ajuda" de adversários que recuaram e deram espaço para o Tricolor atacar. Deve ser o caso do Vasco hoje, mas o Grêmio precisa de articulação, e não falo de Zé Roberto, que foi mal na chance que teve, contra o Furacão. Maxi Rodríguez, mais jovem, intenso e veloz, além de criativo, pode ser a surpresa para hoje na Arena.

A necessidade de seis pontos nos próximos dois jogos é premente. Porque, após eles, o Tricolor terá duas fora de casa e o difícil Goiás na Arena. Vencendo ambos os cariocas, como no primeiro turno, o time de Renato garantirá ao menos o 3º lugar até a 35ª rodada, com 60 pontos, e aí faltará realmente pouco para confirmar esta vaga à Libertadores. Se a hora é de decisão, de remobilizar, é também o momento perfeito para rever conceitos. Se o Grêmio não funciona mais cheio de zagueiros e volantes, é hora de abrir um pouco o time. E treinar pontaria.

Para o Vasco, talvez já esteja na conta voltar ao Z-4 hoje à noite. Afinal, o time tem um compromisso complicado, fora de casa, enquanto o Fluminense recebe o Náutico, uma dádiva divina a essa altura do campeonato. É o preço por ter só empatado com o Santos, domingo passado, no Maracanã. Adílson Batista tem em mãos um ataque que marca gols, mas uma defesa que os sofre demais. Era mais ou menos a situação do Criciúma há cinco semanas. O time catarinense jogou fechado e matou o Tricolor na bola aérea. Contra equipes retrancadas, o Grêmio pena. Duvido que os cruz-maltinos sigam estratégia diferente hoje à noite.

Dia de campeão
O Cruzeiro já é o campeão na prática, embora ainda não tenha oficializado o título. Hoje tem a chance: basta um empate com o Vitória em Salvador para confirmar. Não será fácil, pois o time baiano está em alta e briga já ferrenhamente por uma vaga na Libertadores. Ainda assim, se perder, poderá conquistar a taça caso o Atlético Paranaense não vença o Criciúma no Heriberto Hülse, tarefa complicada. Hoje é bem possível que tenhamos a confirmação do segundo título brasileiro, e sétimo em nível nacional, da Raposa.

Dia de eliminatórias
Começa a repescagem. O Uruguai enfrenta a desconhecida Jordânia em Amã, às 13h, enquanto o México recebe a Nova Zelândia no Azteca, provavelmente lotado, às 18h30. Os uruguaios são favoritos à vaga. No outro duelo, devido à péssima fase mexicana, é duro arriscar favoritismo.

E a Chape (quase) subiu!
34 anos depois do monstrengo de 1979, a Chapecoense está de volta à elite nacional, desta vez num enxuto campeonato de 20 clubes, e no ano da Copa do Mundo no Brasil. A equipe encerrou a série de empates e conseguiu uma ótima vitória de 1 a 0 sobre o Paraná em plena Vila Capanema. A vaga ainda não é oficial, porém: se perder todos os seus jogos e Sport, Icasa e Ceará vencerem os seus, o time catarinense corre risco de cair fora pelo saldo - na prática, isso é impossível. O Palmeiras levou 1 a 0 do bravo Paysandu e não pôde comemorar o título ontem. Fica para sábado, quando até mesmo um empate em casa com o fraco Boa Esporte confirmará.

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