Mantendo a vantagem
Diante do Fluminense (15º, 35), o Cruzeiro (1º, 62) não repetiu o futebol que lhe deu a liderança disparada do Campeonato Brasileiro. Porém, jogou o suficiente para vencer, e foi melhor que o time carioca no Mineirão (32 mil), merecendo o resultado. Nesta fase do campeonato, jogar bem é acessório. A diferença está justamente aí: em um intervalo de quatro dias, vimos o Grêmio entregar um empate para o Flu nos descontos no Maracanã. O Cruzeiro, ao contrário, manteve-se sólido e conseguiu segurar a vitória em casa, mesmo sem brilho. Isso ajuda a explicar a vantagem.
Já sem o grande elenco de tempos não tão distantes, o Fluminense chega à quinta partida seguida sem vitória. Os desfalques pesam muito mais do que em outras épocas. Sem Fred, o time fica refém de Sobis e sem referência na frente. Sem Carlinhos, falta opção de jogada pela esquerda. Foram dois pontos conquistados dos últimos 15 disputados, o que reaproximam a equipe da zona de rebaixamento. A distância, hoje, é de três pontinhos apenas, contra 14 em relação ao G-4. Sábado, o duelo contra a Ponte Preta ganhou ares decisivos. E o bolinho de bacalhau de Luxemburgo já foi para o óleo quente.
O curioso é que, além do Flu, o time mais vitorioso de 2012 foi o Corinthians (13º, 37), outro que está ameaçado pelo rebaixamento. A derrota para o Grêmio fez o Timão ser ultrapassado pelo rival São Paulo, realidade impensável há algumas semanas. O único paulista pior que o Corinthians é a Ponte. A distância para o Z-4 é um pouco mais confortável que a do Tricolor Carioca (5 pontos), mas cai a cada rodada. Drama para quem deveria ser protagonista.
Curitiba: pouco menos de 8 mil torcedores vibraram muito com o gol de Roger que deu ao Atlético-PR (3º, 51) a quase confirmação de sua vaga na Libertadores ao derrotar o Atlético-MG (5º, 42) por 1 a 0. Assistência de Paulo Baier, agora de contrato renovado.
Santos: deve ter sido dura a vida dos pouco mais de 3 mil santistas que se aventuraram a ir a Vila Belmiro sob forte chuva para assistir ao 0 a 0 entre Santos (8º, 40) e Internacional (6º, 41). O jogo foi ruim, o Peixe foi dominado na maior parte do tempo, seu ataque tem Everton (que perdeu gol imperdível após ótima jogada de Montillo) e ainda por cima faltou luz. Ainda não há sinal de vida pós-Neymar. Ao Inter, um empate na Vila é sempre ponto ganho, mas fica a certeza de que o time poderia ter conseguido mais. Leandro Damião teve atuação patética, mas o menino João Afonso foi uma boa novidade. Não levar gols como visitante é uma vitória particular de Clemer para um time que já foi tantas vazado em 2013.
Rio de Janeiro: o Flamengo (9º, 40) deixou para trás o risco de queda e conseguiu uma importante e dramática vitória sobre o Bahia (14º, 36), no Maracanã (12 mil), por 2 a 1. O negócio rubro-negro, agora, é tentar o título da Copa do Brasil ou torcer para que Botafogo, Grêmio ou Atlético-PR a vençam, para que uma vaga a mais se abra para a Libertadores. Pelo 6º lugar, o time está no páreo.
Criciúma: com um começo arrasador, a Portuguesa (11º, 37) fez 2 a 0, desanimou o Criciúma (17º, 32) e encaminhou sua importantíssima vitória por 3 a 1 em um confronto direto na luta contra a queda no Heriberto Hülse (12 mil). O resultado interrompe a boa sequência do Tigre e o princípio de declínio da Lusa, que, no entanto, segue sob ameaça.
São Paulo: o São Paulo (12º, 37), parece, vai mesmo conseguir escapar. Com os 3 a 0 sobre o Náutico (20º, 17), o Tricolor atingiu sua melhor colocação em meses, superando o rival Corinthians na tabela. Destaque para o golaço de Ganso, muito festejado no Morumbi (14 mil).
Campinas: a Ponte Preta (19º, 29) respira por aparelhos, mas respira. Ganhar do Coritiba (16º, 34) era fundamental. A Macaca conseguiu, diminuiu para cinco pontos a distância para a saída o Z-4, que agora tem o próprio Coxa como alvo. O time paranaense despenca, e parece que só a ruindade alheia é capaz de lhe salvar de um rebaixamento.
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