Unanimidade

Todos os 215 conselheiros do Grêmio que foram ontem ao Olímpico votaram a favor das alterações no contrato com a OAS. Depois de uma semana de análise, obter 100% de aprovação é um sinal de que as mudanças são realmente benéficas para o clube. Ainda mais em um Conselho tão dividido quanto o gremista. Oposição, desde que construtiva, é sempre uma coisa positiva, mas também é bom ver o clube finalmente unido em torno de um propósito, ainda mais desta magnitude e que desperta tantos sentimentos antagônicos. O rancor e o orgulho são boa parte da justificativa pelos fracassos dentro de campo do Grêmio nos últimos anos.

As mudanças aliviam as finanças gremistas no curto prazo, mas aumentam a responsabilidade do clube para que a Arena caia definitivamente no gosto dos tricolores. Tudo isso é positivo: assumindo riscos de eventuais prejuízos, o Grêmio é forçado a se dedicar ainda para que a Arena vire um negócio cada vez mais rentável, e a tendência é que isso realmente aconteça. Afinal, se o estádio precisa de uma média de 25 a 30 mil pessoas por jogo para não se tornar deficitário (ao menos enquanto não se constrói o centro comercial que mantenha os torcedores por lá em dias que não são de jogos), é preciso pensar em estratégias que evitem que um jogo contra o São Paulo, pelo Brasileirão, tenha menos de 20 mil pessoas como público, mesmo que a fase não seja das melhores.

Poderia começar com um sistema de check-in, algo que ainda não foi implantado, mas que seria uma saída inteligente para evitar espaços vazios: o sócio que não vai a um jogo avisa o clube, disponibiliza sua cadeira como ingresso e o Grêmio a vende a um torcedor que está interessado em comparecer. Poderia colocar um preço menor que o cobrado como ingresso normal, descontaria o valor da mensalidade do sócio que não vai e ainda poderia dar uma lucrada. Todos sairiam satisfeitos: o sócio paga um preço mais justo por mês, o torcedor que quer ir conseguiria por um valor mais justo de entrada e o clube teria o estádio mais cheio e com uma renda superior. Tão simples e tão consagrado em outros lugares que não dá para entender porque ainda não foi colocado em prática.

Em tempo:
- José Maria Marin, desconectado da realidade, pede que o futebol seja o assunto prioritário no país neste momento. É o que todos gostaríamos, não fossem os inúmeros problemas pelos quais o país passa. Considero a Copa um dos menores, pois mesmo com o dinheiro nela investido (algo absurdo, pois deveria caber à iniciativa privada reformar e construir estádios) o país tem recursos (vindos de impostos igualmente absurdos) para investir mais em questões como saúde, educação e segurança, mas ela é simbólica. Só falta ele pedir Padrão FIFA aos protestos para completar a sandice.

- A Rádio Estação Web não transmitirá os jogos da Copa das Confederações. Infelizmente, as regalias para a FIFA estão acima da Constituição Federal, como todos sabemos. Nunca, em 25 anos, a Carta brasileira foi tão rasgada quanto nos últimos cinco dias. Paciência.

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