Um teste para a continuidade

Foram dois jogos onde o Brasil obteve duas vitórias por 3 a 0, com solidez na maior parte do tempo. Resultados muito bons, que permitem que Luiz Felipe repita o time. As vitórias são boas porque permitem a continuidade, e a continuidade é boa porque permite que o time se afine, se entrose, se afirme. Hoje, contra o México, no Castelão, este Brasil 2013 tem mais um teste nesta direção.

É uma tarde para prestarmos atenção na dinâmica ofensiva da equipe. Será a mesma da partida contra o Japão? Contra a Inglaterra, Hulk e Neymar foram atacantes, deixando o time num antiquado 4-3-3 à moda antiga; contra a França, voltaram um pouco mais no segundo tempo, onde a equipe subiu de produção; contra o Japão, participaram ativamente de funções não apenas ofensivas, especialmente Hulk, o que permitiu a Oscar, Paulinho, Daniel Alves e Marcelo uma maior e melhor chegada à frente. Contra o México, a tendência é de melhora. A continuidade do que traz resultado tende a sempre melhorar o desempenho.

O México só assusta por ser touca. Ganhou apenas uma de suas dez últimas partidas e fez uma má estreia contra a Itália. De toda forma, é um time tecnicamente superior ao japonês, embora não o seja em termos de conjunto. Giovani dos Santos e Chicharito Hernández, só para citar os dois mais famosos, são perigo constante. Testarão definitivamente a defesa brasileira, que ainda anda mais exposta do que deveria, embora não venha sofrendo gols. Hoje é a hora de ver se aquele buraco que vemos entre os volantes e a zaga, algo parcialmente corrigido com os recuos de Luiz Gustavo no Mané Garrincha, ainda é um problema. Deixando estes dois mexicanos no mano-a-mano, a equipe fatalmente sofrerá gols. São jogadores muito técnicos e rápidos.

É, enfim, um bom teste para a continuidade desta seleção brasileira que começa a se afirmar nas mãos de Felipão. Na defesa, no meio e no ataque. Um jogo com cara de Copa do Mundo.

Em tempo:
- Caso vençam México e Japão, Brasil e Itália garantirão classificação antecipada às semifinais, tornando o jogo de sábado, na Fonte Nova, uma mera decisão pela liderança do grupo - ou para fugir da Espanha, não sejamos ingênuos.

- Tabarez cogita Forlán e Lodeiro no Uruguai para a partida contra a Nigéria. Diego jogaria melhor se fosse escalado no meio, como na Copa de 2010. Já o botafoguense não vem jogando mais que Gastón Ramírez, mas é uma boa opção também. Cristian Rodríguez, de atuação apagada contra a Espanha, deve deixar o time.

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