Convincente

Se houve um pecado do Grêmio nesta quarta na Arena foi o da precipitação. Criticamos muito a atitude (ou falta dela) em outros jogos gremistas nesta temporada, mas contra o Vitória ela sobrou. Sobrou a ponto de ser confundida com pressa e ansiedade, que causaram vários erros na hora de concluir. Ainda assim, na única crítica que se pode fazer ao Grêmio, vem um elogio: o da enorme disposição e imposição com que o time encarou o enjoado Vitória, fazendo do goleiro Wilson o nome da partida, ao menos até Elano bater aquela falta perfeita, aos 24 minutos do segundo tempo.

Elano não pode ser reserva, mas na opção por Guilherme Biteco Luxa encontrou uma boa alternativa. O menino entrou como vértice esquerdo de um losango no meio, com Souza a seu lado, Adriano atrás e Zé Roberto à frente. Depois que encontrou seu posicionamento, Biteco passou a dar velocidade no meio, algo que Elano não faz por característica. Zé Roberto caiu bastante pela direita, para contrabalançar, e Kleber e Barcos foram sempre abastecidos. Muito esforçados, mas cada um com a sua ansiedade (o Gladiador de cavar sua titularidade, o Pirata pelo grande tempo sem gols), que os impediu de irem às redes.

A entrada de Elano no lugar de Biteco foi perfeita para o momento que vivia o Grêmio no jogo. O time criava, amassava os baianos, apanhava todos os rebotes, mas não chegava ao gol. Com o camisa 7, ganharia uma forte opção de chutes longos e bolas paradas. O gol veio justamente assim, não por acaso. Era o que faltava de diferente o Grêmio fazer para vencer o Vitória. Já havia tentado de tudo antes, sempre parando em Wilson.

Com Elano, Zé Roberto cresceu. Foi visto em todos os lados do campo, como já nos acostumamos. Mas Biteco foi uma boa opção descoberta por Luxa: uma formação diferente de meia-cancha, em losango, mais veloz, embora sem o grande cérebro do time. Uma formação que deu certo: o 0 a 0 que mostrava o placar da Arena quando Biteco saiu era totalmente enganoso, por tudo o que o Grêmio já havia produzido. Talvez, se Elano tivesse entrado no início e Biteco o substituído no segundo tempo, o time não teria produzido tanto. Talvez.

A vitória foi ótima para a tabela. Com Corinthians, Atlético Mineiro, Botafogo e São Paulo tropeçando, o Grêmio larga como um dos times de melhor aproveitamento no Brasileirão. Mas ainda melhor que o resultado foi a atuação, que fica evidenciada pelo fato de que quase todos foram bem: Pará, com sua raça pela direita, Bressan e Werley seguros atrás, Adriano perfeito na proteção aos zagueiros, Alex Telles com bons cruzamentos da esquerda. Uma completa imposição sobre um dos bons times deste começo de Brasileirão. Só o baixo público, de menos de 18 mil pessoas, foi decepcionante na Arena - embora muito intenso e apoiador do time. De resto, só motivos para sorrir.

Novo tropeço
1 ponto contra Bahia e Portuguesa. Apenas 5 se incluirmos Vitória e Criciúma. O começo de campeonato do Inter é fraco, e contra times modestos. No Canindé, Rafael Moura desencantou. Otávio, autor da assistência, mostrou ser opção bem mais interessante que Gilberto ou Vítor Júnior. Mas as boas notícias param por aí. Erros de passe foram constante. Não vencer uma Lusa que jogou com um homem a menos por metade do segundo tempo é bastante preocupante. A sorte é que a Copa das Confederações vai dar uma parada no Brasileiro, o que para o Inter será providencial.

Rodada de zebras
O São Paulo perdeu em casa para o Goiás, o pobre Vasco derrotou o favorito Atlético Mineiro, o Náutico derrubou o Flamengo, o Bahia virou sobre o Botafogo. Até o Corinthians perdeu. A rodada desta quarta foi marcada por derrotas de equipes favoritas, o que trouxe enorme equilíbrio à tabela do Campeonato Brasileiro. Destacam-se neste momento o Grêmio, ainda invicto e dentro do G-4 mesmo com um jogo a menos, e o campeão Fluminense, que se ganhar hoje do Coritiba assume a liderança, também com um jogo a menos.

Vitória celeste
O Uruguai precisava vencer para chegar ao decisivo duelo com a Venezuela em alta. E ganhou, 1 a 0, belo gol de Suárez. A França que veio à América do Sul, um tanto descaracterizada, deve ser batida aqui na Arena domingo pelo Brasil.