Uma classificação diferente para o Barça

O Paris Saint-Germain ofereceu muita resistência. Talvez até mais do que o próprio Barcelona esperava. Tito Vilanova deixou Messi no banco compreensivelmente. Em recuperação da lesão muscular sofrida no primeiro tempo em Paris, o melhor do mundo visivelmente não tinha condições de jogo. Ficou no banco para uma eventualidade, uma emergência. E foi necessário.

No primeiro tempo, o PSG já encarava o Barça de igual para igual, até melhor do que fizera no Parque dos Príncipes. Lucas, Lavezzi e Pastore, seguidamente, envolviam a meia-cancha catalã com toques rápidos e uma ótima movimentação. Ibrahimovic não apenas participava destes movimentos como ainda ganhava quase todas pelo alto, fazendo um pivô de alta qualidade. A necessidade de buscar um golzinho no Camp Nou fez o time francês encarar o Barça de forma mais corajosa. E, mesmo com Iniesta e Xavi em campo, a falta de Messi tira um pouco do temor que o time catalão impõe ao adversário.

O segundo tempo começou com o gol de Pastore, sempre na velocidade, e aí veio a inevitável pressão. Pairou sobre o Camp Nou o fantasma das eliminações de 2010 e 2012, quando Internazionale e Chelsea, com times inferiores aos do Barça, suportaram uma terrível pressão e eliminaram o time azul e grená em sua própria casa. O Barcelona, que adora desmontar místicas, apelou a ela: colocou Messi em campo, mesmo estando ele completamente descontado. Sua presença causa temor: talvez o PSG se arriscasse mais nos contragolpes sem a presença do argentino. Mesmo que Messi, hoje, estivesse longe do Messi que é o melhor do mundo há quatro anos.

Talvez Guardiola não pusesse Messi: ele sempre fazia questão de priorizar o coletivo, e Messi, hoje, não pôde participar coletivamente de quase nada. Vilanova apostou no brilho individual do argentino, e apostas estritamente individuais, no Barça, não ocorriam há bastante tempo. De todo modo, outro jogador descontado fisicamente, Pedro, foi quem fez o gol da classificação. O Barça segue adiante com dois empates, a superação de um trauma (ser eliminado em casa por um time inferior) e sem o futebol brilhante de outras eras. Este, nas quartas de final, só foi apresentado pelo Bayern - o time que vive o melhor momento e faz a melhor temporada entre todos os quatro semifinalistas desta Liga dos Campeões hispano-germânica.

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