Menos difícil

Depois de tanto drama para passar por Huachipato e Caracas na fase de grupos, nenhum gremista (e nenhum tricolor carioca) tem condição de dizer que o caminho do time nos mata-matas será fácil. Porém, é inegável que a chave em que gaúchos e cariocas caíram é, digamos, menos difícil. Ao menos em tese.

Se passar pelo Santa Fé, o Tricolor enfrentará Nacional-URU ou Real Garcilaso. Em uma semifinal, Emelec, Fluminense, Olímpia ou Tigre. Mesmo que possa haver cruzamento forçado com brasileiro antes da decisão, são tantos compatriotas (e argentinos) do outro lado da chave que, talvez, Emelec, Olímpia ou Tigre podem mesmo ser os rivais em uma possível semifinal. Até porque, com 6 brasileiros entre os 16, é bem possível que 3 cheguem entre os quatro melhores.

Tudo porque quase todos os principais rivais na luta pelo título ficaram do outro lado do pareamento. Atlético-MG, Corinthians e Vélez Sarsfield estão entre os melhores da Libertadores. Boca Juniors, Palmeiras e São Paulo não demonstraram essa bola toda na fase de grupos, mas têm muita tradição. O Newell's está quase no nível de Vélez, Timão e Galo. Tem uma boa equipe, irregular, mas muito técnica. E o Tijuana, que deu trabalho ao Corinthians na fase de grupos, é uma viagem longa, como daqui à Europa. Serão oito clubes em brigas equilibradíssimas, de foice no escuro.

A Libertadores tem 62,5% de seus finalistas vindos de Brasil (6 clubes) e Argentina (4). Uma evidente disparidade com os demais integrantes da Conmebol. Nenhum outro país botou mais que um clube entre os 16 melhores: México, Colômbia, Uruguai, Peru, Paraguai e Equador têm um representante cada. O tradicional Chile e as fracas Bolívia e Venezuela estão ausentes.

Abaixo, uma avaliação inicial sobre cada duelo das oitavas. A tônica deve ser a do equilíbrio.

AS OITAVAS
São Paulo x Atlético-MG: o Galo abriu 8 pontos sobre o Tricolor na primeira fase, mas agora a história é outra. Mesmo tendo mais time, o Atlético enfrentará um rival que ganhou força, é tricampeão da América e lhe venceu por 2 a 0 no Morumbi na fase de grupos. Duelo equilibradíssimo.
Quartas: Tijuana ou Palmeiras.

Palmeiras x Tijuana: complicado para o Palmeiras. Perdeu todas fora de casa e terá uma viagem de 8 mil quilômetros até o extremo norte do México, onde jogará em um gramado sintético ruim. A sorte é que o Tijuana, fora de casa, tem fraquejado. Levou 3 do Corinthians ao natural no Pacaembu, mesmo local onde enfrentará o Verdão.
Quartas: São Paulo ou Atlético-MG.

Corinthians x Boca Juniors: sem dúvida o duelo mais aguardado das oitavas. O confronto é uma revanche da final do ano passado, mas a diferença técnica entre as equipes agora é bem maior. O Corinthians, campeão do mundo, tem um time ainda mais forte que em 2012. O Boca, por sua vez, não tem mais a mesma força da última temporada, quando já não era o mesmo timaço de outros tempos. Mas ainda assim é o Boca, e promete complicar.
Quartas: Newell's ou Vélez.

Vélez Sarsfield x Newell's Old Boys: um tira-teima entre os dois melhores times argentinos da atualidade, que disputaram o título nacional da última temporada. O Vélez é mais cancheiro e consistente, mas o Newell's é mais técnico. Duelo totalmente sem favoritos. Quer uma prévia: hoje, às 19h, ambos se enfrentam em Buenos Aires, pelo Campeonato Argentino. Não há transmissão prevista pela TV, mas a internet está aí para isso, certo?
Quartas: Boca ou Corinthians.

Santa Fé x Grêmio: o Santa Fé é o único invicto da Libertadores, mas conseguiu isso em uma chave bem fraca. O Grêmio tem bem mais time no papel, mas atuará bastante desfalcado na Arena, ocasião em que precisará vencer para levar à Colômbia uma vantagem razoavelmente segura. Dados os desfalques, a irregularidade do time de Luxa e o histórico complicado em solo colombiano (o time foi eliminado justamente em Bogotá na Sul-Americana há cinco meses), é duelo sem favoritismo.
Quartas: Nacional ou Real Garcilaso.

Nacional-URU x Real Garcilaso: apesar de o Garcilaso ser uma das boas surpresas da Libertadores, é impossível não atribuir o favoritismo aos uruguaios, que deram sorte como ninguém no chaveamento das oitavas. O Nacional tem um bom time e enfrentará uma equipe peruana que começou muito bem, chegou a golear o Cerro Porteño, mas foi derrotada com facilidade por Tolima e Santa Fé em sua chave.
Quartas: Grêmio ou Santa Fé.

Olímpia x Tigre: teoricamente, o Olímpia é favorito. Fez uma boa campanha em uma chave difícil, liderando diante de Newell's e Universidad de Chile. Mas o Tigre é traiçoeiro. Mesmo fraco, o time argentino superou o Libertad com sobras no jogo decisivo de ontem em Assunção. Confronto que promete ser peleado e equilibrado.
Quartas: Emelec ou Fluminense.

Fluminense x Emelec: jogo difícil para o Fluminense. Sem empolgar, o time carioca não jogou bem uma vez sequer na fase de grupos e pegará um adversário que tem feito boas campanhas, superou o Peñarol em sua chave e segurou a vaga fora de casa diante do Vélez. O time carioca é melhor, mas cravar sua classificação é arriscado.
Quartas: Olímpia ou Tigre.

Comentários

Jay Jay Ococha disse…
Natusch deu sorte de não ver o Grêmio eliminado, mas só vai atrasar a verdade Fluzão campeão da liberta e Petrolul fora das vagas europeias rsrsrs.