Dois alertas e um bom resultado



Nenhum mandante conseguiu sequer empatar com o visitante no Grupo 8 da Libertadores. Este é o primeiro alerta que se pode fazer ao Grêmio para a partida contra o Caracas, após a vitória do Fluminense sobre o Huachipato, em Talcahuano, por 2 a 1. O segundo alerta, claro, é que o time venezuelano não é galinha morta de forma alguma. Dificultou a vida do Fluminense jogando em casa e fez fora de casa 3 a 1 nos chilenos, que mostraram ontem algumas qualidades novamente ontem à noite.

Mas não há motivo que justifique noites mal dormidas até terça que vem. Afinal, o resultado de ontem foi bom para o Grêmio. Torcida à parte (e a tendência de torcer contra o Flu, para quem não é tricolor carioca, era imensa), a vitória do Fluminense ajudou seu conterrâneo brasileiro, pois praticamente tira da briga por uma vaga o Huachipato. O time chileno é o único que jogou duas vezes em casa e perdeu ambas. Terá que visitar cariocas e venezuelanos e provavelmente receberá os gaúchos já eliminado na última rodada. Isso se os visitantes não continuarem vencendo, claro - a melhor atuação do Huachipato, por exemplo, foi na Arena.

Perder em casa para o Huachipato é inaceitável para um time que quer ser protagonista na Libertadores, mas ontem os chilenos repetiram algumas qualidades apresentadas no Humaitá: organização defensiva, toque de bola bastante razoável e um bom goleiro. A diferença é que o Fluminense, ao contrário do que parecia o Grêmio há duas semanas, veio mobilizado e determinado a conseguir a vitória. Sofreu um gol que representava um crime, pois era bem superior em campo. Dominou o jogo o tempo todo, mas teve dificuldades em conseguir a virada em virtude da sólida defesa armada por Jorge Pellicer.

O Flu, por sua vez, confirma uma tendência que o acompanhou no Brasileirão: parece mais à vontade fora de casa do que dentro dela. Abel Braga tem jogadores brilhantes, mas que não jogam um futebol brilhante, à exceção da infernal dupla Wellington Nem e Fred - o passe de peito do centroavante e a conclusão do ponteiro no gol de empate foram espetaculares. Mas ao contrário do que no ano passado, o Tricolor Carioca atuou bem fora de casa propondo as ações, e não adotando uma postura reativa, de contragolpear. Foi um jogo interessante também por isso, e nem havia como ser outra a estratégia, pois o time precisava demais da vitória para não começar a se complicar na classificação.

Grupo encaminhado
A Libertadores tem sido marcada pelo equilíbrio na maioria das chaves, mas não é o caso do Grupo 5. A vitória de 2 a 0 do Corinthians sobre o Millonarios, no Pacaembu vazio, começou a dar rumos definitivos à classificação. Afinal, o Tijuana, com seus 6 pontos, está bem encaminhado. O Corinthians foi a 4 com a vitória. O San José tem 1, três atrás, mas quem pode estragar a festa dos dois líderes, que é o Millonarios, já está bem atrás, com zero. Somente duas vitórias colombianas sobre os bolivianos nas duas próximas rodadas reembolariam tudo outra vez. O Corinthians, aliás, terá dificuldades no México. Não é de se duvidar que os 16 jogos de invencibilidade na Libertadores caiam na fronteira mexicana com os Estados Unidos na semana que vem.

Estilo Boca
O Boca Juniors sofreu no primeiro tempo, quando sofreu forte pressão do Barcelona na primeira metade da etapa inicial, mas aos poucos foi impondo seu histórico estilo de paciência e toque de bola exaustivo fora de casa. Já terminou melhor que o time de Guayaquil os 45 iniciais e voltou mortal para a segunda etapa, quando fez dois gols cedo e sofreu um nos descontos. Os 2 a 1 em pleno Estádio Monumental reabilitam o time argentino no Grupo 1, após a surpreendente derrota para o Toluca na Bombonera. O Nacional uruguaio lidera a chave.

Dante
Quem acompanhou a atuação de Dante na vitória do Bayern München sobre o Borussia Dortmund (1 a 0), ontem à tarde, pela Copa da Alemanha, vê claramente porque ele foi convocado por Luiz Felipe para a seleção brasileira. Jogador seguro, discreto e que não treme em jogo decisivo. Do que mais precisa um bom zagueiro além disso?

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