Os primeiros reforços colorados

Nenhum dos primeiros reforços anunciados pelo Internacional é daqueles chamados de "fechar aeroporto". Na verdade, em termos de Brasil, só o Corinthians (e o Santos, com Montillo) tem conseguido este tipo de contratação. Mesmo assim, é notável a diferença de nível de uma temporada para outra, de um clube que se acostumou a trazer nomes como Dátolo, D'Alessandro e Dagoberto e agora comemora ao reintegrar Gilberto e apostar em Caio e Vítor Júnior.

Seja como for, são bons jogadores e que preenchem lacunas específicas do plantel. Caio é o atacante de velocidade que o clube procura desde a saída de Taison em 2010 - Dagoberto não soube sê-lo em 2012. Trata-se de um jogador habilidoso, que sabe atuar também como quarto homem. É bem mais carregador de bola que articulador ou arrematador. Pode ser interessante para jogos onde a equipe precise atuar em contra-golpes.

Já Vítor Júnior veio para ser uma espécie de sombra para Fred. Os biotipos são parecidos - baixinhos, franzinos, velozes e habilidosos. Colorado de coração, precisa provar aqui no Rio Grande do Sul que a fama de fandangueiro que lhe é atribuída no Rio de Janeiro faz parte do passado. Dunga é capaz de discipliná-lo. Enquanto esteve com a cabeça no lugar no Botafogo, ano passado, jogou bom futebol.

Gilberto veio pela necessidade de um time que se desfez de Dagoberto e terá Forlán e Leandro Damião convocados - isso se o camisa 9 não for vendido no meio da temporada. Sem ele, faltariam opções em termos quantitativos no plantel vermelho. Fez um Brasileiro bom pelo Sport, mas tem condições de ser apenas um bom e útil reserva. Para titularidade, ainda falta provar que tem bola. O setor defensivo do meio-campo, que virou outra carência a partir da saída de Guiñazu, pode ser suprido com Willians, ex-Flamengo, atualmente na Udinese. É um bom nome - bem mais parecido com Ygor que com o próprio Guiñazu.

Não veio ninguém de grande nome, mas o grupo aos poucos se fortalece. Todos os contratados são úteis e podem servir como titulares em determinado momento do ano. Mas se o objetivo é sonhar com um título de nível nacional em 2013, ainda falta muita coisa. O time de 2012, que terminou em 10º lugar, não está muito longe do nível deste que começa a nova temporada.

Mais meias
O Grêmio usou 4 meias no último Brasileirão, e teve boa resposta. Se Elano ou Zé Roberto não jogassem, lá estavam Marquinhos e Marco Antônio, prontos para dar a melhor contribuição possível, sem o mesmo nível dos titulares, mas ainda assim quase sempre com boa resposta. Mas um ano longo, onde até 85 jogos podem ser disputados, exigirá ainda mais. Por isso há Wangler, Rondinelly e Biteco, todos jovens, e agora Jean Deretti, que só vi naquela vitória do Grêmio sobre o Figueirense, em novembro, mas me chamou muito a atenção pela qualidade técnica e de movimentação.

Marquinho, ex-Flu, atualmente na Roma, é um nome para não deixar a peteca cair se Elano ou Zé Roberto não puderem jogar. O que se pede por ele é muito, algo em torno de R$ 5 milhões por empréstimo de um ano, mais R$ 6 milhões no fim do ano, como opção de compra. Não é um jogador diferenciado em termos técnicos, mas tem qualidade e dá força ao grupo e ao conjunto. Portanto, serve a quem planeja voar alto, caso do Grêmio.

Alex Telles
Sem Anderson Pico e Fábio Aurélio, será ele o titular da partida do dia 23, contra a LDU, em Quito.

Comentários