No último minuto

Fluminense (1º, 68) e Atlético-MG (2º, 59) tiveram um domingo muito parecido: saíram perdendo para adversários pouco cotados, mas conseguiram virar o jogo no finzinho. Como o Grêmio (3º, 57) fez o inverso (saiu ganhando e cedeu o empate no apagar das luzes), ficou para trás. Dificilmente o Flu perde o título brasileiro. Se perder, será para o Galo.

O time de Abel Braga joga contra Grêmio e Atlético-MG em sequência. Jogos dificílimos. Perdendo quarta para os gaúchos, pode ver o Galo ficar a seis pontos de distância. A diferença pode cair para três no domingo que vem, no confronto direto, o que reabriria o campeonato. O Grêmio, se tudo der certo nestes dois jogos, seguiria ainda cinco pontos atrás, faltando seis jogos. É muito mais difícil.

O Galo fez ontem com o Sport (17º, 27) o jogo mais emocionante da rodada. Saiu perdendo no primeiro tempo e bateu o desespero. Pressionou bastante, mas sem jogar bem. A entrada do bom centroavante Leonardo deu ao time de Cuca uma presença na área que Jô não conseguia dar. E vieram os dois gols, mais na raça que no bom futebol. Poderia ter sofrido o empate, não fosse o árbitro ignorar um pênalti de Carlos César no fim do jogo. Conseguir resultados agora é o mais importante, mas o desempenho em campo é que não nos autoriza a pensar que os mineiros descontaram esta imensa diferença para os cariocas nesta reta final.

Já o Fluminense mais uma vez jogou mal, mas venceu. Desta vez (e em muitas outras vezes, dirão alguns), com ajuda de erros de mais um péssima arbitragem de Nielson Nogueira Dias, um dos tantos árbitros ruins deste Brasileirão. A Ponte Preta (14º, 37) saiu à frente e parou de atacar, mas contava com a ansiedade carioca como aliada. O empate veio num pênalti interpretativo (o jogador do time de Campinas tenta tirar o braço da bola, ao contrário do lateral do Atlético-MG em Belo Horizonte, que abriu o braço na hora do cruzamento do jogador do Sport) e a virada em uma falta absurdamente marcada, pois foi cometida pelo atacante do Fluminense, não pelo lateral da Ponte Preta.

Esta é a semana em que o Campeonato Brasileiro pode se decidir ou seguir aberto. Os dois maiores rivais do Fluminense na tabela o enfrentarão. Uma extraordinária coincidência, que poderia tornar a competição sensacional, não fosse a imensa vantagem dos comandados de Abel Braga na tabela.

São Paulo: diante de 28 mil torcedores, o São Paulo (4º, 52) mostrou que é o time que vem jogando melhor futebol neste momento no Brasileirão. Derrotou o Figueirense (19º, 23) cedo, com facilidade, gols de Luís Fabiano e Douglas, e destronou o Vasco do G-4, após 54 rodadas entre os quatro primeiros. Vai ser difícil tirar a equipe do Morumbi daí.

Santos: com dois gols de Miralles, o Santos (9º, 41) derrotou o Vasco (5º, 50) por 2 a 0 na Vila Belmiro. Apenas o 11º melhor na classificação do returno, o time carioca precisará se reinventar para tentar superar o ascendente São Paulo e voltar à zona da Libertadores.

Recife: cada vez mais rebaixado, o Palmeiras (18º, 26) foi a Recife e levou 1 a 0 do Náutico (10º, 40), gol de Kieza. A distância para a saída da zona de rebaixamento segue sendo de nove pontos. Há muito tempo (desde o Atlético-MG, em 2005) um time grande não era virtualmente rebaixado com tanta antecedência.

Curitiba: com três vitórias seguidas, o Coritiba (12º, 38) deixa para trás qualquer risco de rebaixamento. Mesmo o Bahia (16º, 35), que perdeu por 2 a 1 ontem, está quase livre. A distância para os quatro últimos é um abismo.

Em tempo:
- Ontem, os três jogos dos três candidatos ao título brasileiro foram apitados por árbitros que não são da FIFA. E ainda acham que trocar a direção da comissão de arbitragem mudou alguma coisa.

CAMPEONATO BRASILEIRO 2012 - 30ª RODADA
ATLÉTICO-MG (2): Giovanni; Marcos Rocha (Carlos César), Rafael Marques, Leonardo Silva e Júnior César; Pierre, Leandro Donizete, Escudero (Neto Berola) e Ronaldinho; Bernard e Jô (Leonardo). Técnico: Cuca
SPORT (1): Magrão; Cicinho (Renato), Diego Ivo, Aílson e Renê (Reinaldo); Tobi, Renan, Rithely (Willians) e Hugo; Gilsinho e Felipe Azevedo. Técnico: Sérgio Guedes
Local: Arena Independência, Belo Horizonte (MG); Data: domingo, 14/10/2012, 16h; Árbitro: Flávio Rodrigues Guerra (SP); Público: 14.265; Renda: R$ 385.950,00; Gols: Hugo 15 do 1º; Leonardo 31 e 46 do 2º; Cartão amarelo: Júnior César, Renê, Tobi, Magrão, Renato e Willians; Expulsão: Hugo

Comentários

Vine disse…
Por que ninguém chama o Miralles de Mirajes?