Empate?

O nível de comemoração dos torcedores do Boca Juniors no apito final do superclásico disputado era tal que um desavisado que passasse perto do Monumental de Nuñez naquele momento juraria que a equipe tinha acabado de golear o River Plate. Foi quase isso: os millonarios passaram o jogo inteiro em vantagem, do minuto 1 ao 89. Vencia por 2 a 0 até 29 minutos do segundo tempo. E cedeu o 2 a 2, o resultado mais amargo para sua torcida desde o rebaixamento, em junho do ano passado.

Precisando de ao menos um empate para se manter no cargo, Falcioni foi a Nuñez com uma proposta de esperar e jogar nos erros do River, que costumam ser muitos. Mas a estratégia foi por água abaixo logo a 1 minuto, quando Orión levou um frangaço em levantamento despretensioso de Ponzio para a área xeneize. Sem criatividade, o Boca não ameaçava tanto o seu arquirrival. O jogo tornou-se feio, com erros de passe, ainda que muito interessante por ser extremamente corrido.

Na etapa final, um pouco mais ofensivo, o Boca cedeu espaços. E o River os aproveitava cada vez melhor. Os uruguaios Sánchez, na armação, e Mora, na arrancada individual, eram o grande perigo para uma defesa que, sem Clemente Rodríguez, se viu fragilizada na marcação. Trezeguet, descontado e desgastado devido às viagens para a França durante a semana, colaborava pouco tecnicamente. Mas foi ele quem iniciou a jogada do segundo gol, achando Sánchez, que deu lindo a passe para Mora, que driblou Orión e marcou, aos 25.

River 2 x 0 Boca. O polêmico palpite de González Pirez parecia mais perto de se concretizar. Não fosse ele próprio, aos 28, recolocar o rival no jogo ao cometer um pênalti absurdo em cima de Acosta, chutando o atacante do Boca ao errar o bote. Silva diminuiu, mas o jogo parecia controlado. Aí, Almeyda cometeu um erro que se mostraria fatal: tirou Mora do jogo, em vez de Trezeguet, que estava pior no jogo e fisicamente. Perdeu o contra-ataque e a possibilidade de segurar a bola lá na frente. Trezeguet, ao errar um chute a gol aos 44, cedeu o contragolpe que culminou no gol de Erviti, quase nos acréscimos. O gol que motivou aquela festa toda descrita no primeiro parágrafo.

Falcioni segue invicto contra o River treinando o Boca. Com 19 pontos, a equipe azul y oro está sete atrás do Newell's, sem chances de conquistar o Torneo Inicial, completando cinco jogos sem vencer e se ressentindo cada vez mais de Riquelme. O River, que se igualaria ao rival se vencesse o clássico, para nos 16, ainda com um promedio baixo, que deve mantê-lo em alerta. Um bom e emocionante superclássico, entre dois times que não fazem uma boa temporada.

Em tempo:
- Pablo Lunati passou a semana dizendo que era durão, que daria pênalti sem medo, caso ocorresse. Na prática, deixou de expulsar Somoza após este ter agredido um rival no segundo tempo. Mas fez boa arbitragem.

CAMPEONATO ARGENTINO 2011/12 - TORNEO INICIAL - 12ª RODADA
RIVER PLATE (2): Barovero; Mercado, Pezzella, Jonathan Bottinelli e Ramiro Funes Mori (González Pirez); Ponzio, Cirigliano, Sánchez e Aguirre (Rojas); Mora (Rogelio Funes Mori) e Trezeguet. Técnico: Matías Almeyda
BOCA JUNIORS (2): Orión; Albín, Schiavi, Burdisso e Clemente Rodríguez (Acosta); Somoza, Erviti, Chávez (Paredes) e Sánchez Miño (Colazo); Viatri e Silva. Técnico: Julio Cesar Falcioni
Local: Estádio Monumental de Nuñez, Buenos Aires (ARG); Data: domingo, 28/10/2012, 16h30; Árbitro: Pablo Lunati; Público: 50.000; Gols: Ponzio 1 do 1º; Mora 24, Silva (pênalti) 30 e Erviti 45 do 2º; Cartão amarelo: Mercado, González Pirez, Rojas, Burdisso, Somoza, Sánchez Miño, Silva, Viatri e Acosta

Comentários

Diogo Terra disse…
Empate de duas dragas. Uma querendo derrubar seu treinador, a outra iludida que tem um de verdade.