Nivelado por cima

O Atlético-MG teve sua incrível sequência de sete vitórias interrompida, mas nem por isso não deve comemorar o resultado do Engenhão. O 0 a 0 mostrou uma equipe muito equilibrada, consistente, que pode até não ter vencido o Fluminense, mas o enfrentou em absoluta igualdade, acabando de vez com as últimas desconfianças de que os comandados de Cuca são fogo de palha. De quebra, a distância para o Vasco foi mantida e o Flu mantém-se a seis pontos de distância na classificação.

Faltaram apenas os gols no Engenhão. Difícil achar partida tão equilibrada quanto a de hoje. Cuca não mandou seu time retrancado para o Rio de Janeiro, e isso é que tornou o jogo tão interessante. Houve equilíbrio em termos de chances de gol, destaques individuais e controle do espaço territorial. Fred eram bem marcado por Leonardo Silva, e ainda havia Réver na sobra, enquanto Wellington Nem fazia bom duelo com Júnior César. Mas, do outro lado, Gum e Leandro Euzébio levavam vantagem sobre Jô e Bernard, enquanto Digão passava trabalho com Ronaldinho. As defesas normalmente levaram vantagem. Daí o placar em branco.

Além dos duelos táticos e de individualidades, houve também muitas chances de gol. O jogo nunca foi monótono. O Fluminense começou o jogo em cima, apostando no gol cedo para incendiar o mais uma vez decepcionante público presente no Engenhão. Aos poucos, o Galo foi controlando a partida e criando perigo. A criatividade de Ronaldinho, a movimentação de Bernard e o espírito guerreiro de Jô, que trombava com os zagueiros por cada bola, levavam perigo.

Apesar de ser mais envolvente com a bola nos pés, o Atlético-MG via o Fluminense criar as chances mais agudas de gol. E aí parou em um Victor que lembrou os melhores tempos de Grêmio. Uma de suas defesas, em cabeçada de Wellington Nem, foi milagrosa. No segundo tempo, salvou uma cara a cara com Fred. No finzinho, foi salvo por um erro do bandeira, que anulou de forma incorreta um gol do centroavante tricolor, alegando um impedimento que não existiu.

O Atlético-MG mostrou que é um real candidato ao título brasileiro. Portou-se com muita segurança fora de casa, nunca se deixando dominar pelo forte time carioca. Penou um pouco no fim, quando Bernard teve que sair. Ali a equipe perdeu parte do poder de contra-golpe, apesar de Escudero ter feito algumas boas jogadas. Mas o Galo sai do Rio com um ponto e tem tudo para conquistar mais três no Engenhão semana que vem, quando enfrentará o claudicante Flamengo de Dorival Júnior.

Ao Flu, o resultado é bem pior. É o segundo jogo seguido contra adversários diretos de tabela que a equipe de Abel Braga não conquista bom resultado. Com 26 pontos, a equipe pode sair do G-4 na rodada que vem, dependendo dos resultados paralelos, fora o fato de ainda estar fora de sua alçada brigar pela vice-liderança com o Vasco. Mas é uma equipe muito forte, e que certamente brigará pelo título até as últimas rodadas.

Campeonato Brasileiro 2012 - 13ª rodada
29/julho/2012
FLUMINENSE 0 x ATLÉTICO-MG 0
Local: Engenhão, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Rodrigo Braghetto (SP)
Público: 19.761
Renda: R$ 368.345,00
Cartão amarelo: Wallace, Júnior César, Danilinho e Pierre
FLUMINENSE: Diego Cavalieri (6), Wallace (6) (Wagner, 32 do 2º - sem nota), Gum (7,5), Leandro Euzébio (5,5) e Carlinhos (5); Digão (5,5), Jean (5), Thiago Neves (4,5) (Marcos Júnior, 24 do 2º - 5) e Deco (5,5); Wellington Nem (6) e Fred (6). Técnico: Abel Braga
ATLÉTICO-MG: Victor (8), Marcos Rocha (5,5) (Serginho, 38 do 2º - sem nota), Leonardo Silva (7), Réver (6,5) e Júnior César (5,5); Pierre (6,5), Leandro Donizete (5,5), Ronaldinho (6,5) e Bernard (6) (Escudero, 25 do 2º - 5,5); Danilinho (4,5) (Guilherme, 25 do 2º - 5,5) e Jô (6). Técnico: Cuca


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