Os duelos eliminatórios entre Grêmio e Palmeiras

Grêmio e Palmeiras protagonizaram grandes duelos eliminatórios. Considerado o principal clássico nacional dos anos 90, o confronto teve a rivalidade adormecida nos últimos 15 anos, em virtude da queda de rendimento de ambos os clubes, que não levantam grandes troféus há tempos (o último gremista foi em 2001, o último palmeirense em 2000). A última vez que ambos se confrontaram de forma decisiva foi pelo Brasileirão de 2008, quando chegaram a disputar a liderança até quase o fim do certame.

O Carta na Manga relembra agora estes confrontos históricos entre ambos. Vejam que a rivalidade vai além de um simples Felipão x Luxemburgo, é dotada de um extremo equilíbrio e é muito, mas muito antiga.

Taça Brasil 1961: o primeiro duelo eliminatório entre tricolores e alviverdes foi há mais de 50 anos. Nas oitavas de final da Taça Brasil, o Verdão eliminou o Grêmio com autoridade: fez 3 a 0 no Olímpico e segurou um empate em 1 a 1 no Pacaembu.

Taça Brasil 1965: novo triunfo palmeirense, em três jogos espetaculares, desta vez nas quartas de final. O Palmeiras fez 4 a 1 em casa na primeira partida, mas uma atuação histórica de Volmir Massaroca e Alcindo no Olímpico deu ao Grêmio uma espetacular goleada de 5 a 1 na Academia de Ademir da Guia e Djalma Santos. O regulamento previa, no entanto, a necessidade de um jogo extra. E aí deu Palmeiras: 2 a 0, no Pacaembu.

Taça Brasil 1967: o timaço do Palmeiras, que ganharia o Robertão e a Taça Brasil em 1967, tirou o Grêmio mais uma vez da competição de mata-mata. No Olímpico, Grêmio 2 a 1. Em São Paulo, duas vitórias palmeirenses: 3 a 1, forçando o jogo extra, que acabou 2 a 1. No Robertão, eles se enfrentam no quadrangular final, com uma vitória paulista e um empate.

Brasileiro 1990: começa a rivalidade dos anos 90, e o período de vitórias gremistas. Nas quartas de final do Brasileirão, o Palmeiras fez 1 a 0 no Palestra, gol de Careca, no fim, de pênalti. No Olímpico, com gols de Vílson e Nilson, o Grêmio fez 2 a 0 e seguiu adiante.



Copa do Brasil 1993: o Palmeiras tinha um timaço e era o favorito a tudo, mas parou em um Grêmio organizado e esforçado. No Palestra, empate em 1 a 1: Edmundo abriu o placar, mas Gílson empatou. No Olímpico, Tonhão fez 1 a 0 para o Verdão, mas Charles, no início do segundo tempo, empatou e forçou a decisão de pênaltis, vencida pelo Tricolor por dramáticos 7 a 6.

Copa do Brasil 1995: um dos mais célebres confrontos, que ajudou a moldar o caráter do grande Grêmio de Felipão. Os dois times já haviam se enfrentado duas vezes pela Libertadores, e jogariam outras duas partidas históricas dali a três meses. Pelas oitavas da Copa do Brasil, o primeiro jogo foi no Olímpico: Rivaldo abriu o placar, mas Dinho empatou, de pênalti. Mas em pleno Palestra Itália o Grêmio abriu 2 a 0 em 24 minutos, gols de Goiano e Paulo Nunes. No entanto, uma confusão ainda no primeiro tempo mudou o rumo da partida, tirando três gremistas (Arílson, Goiano e Dinho) e o palmeirense Mancuso de campo, expulsos. Com oito jogadores contra dez do fortíssimo Palmeiras, o Grêmio sofreu dois gols no segundo tempo, mas segurou um 2 a 2 que lhe classificou pelo saldo qualificado na base da raça.

Libertadores 1995: o confronto mais famoso de todos ocorreu na Libertadores de 1995. Em Porto Alegre, o Palmeiras viu Rivaldo ser expulso no começo do jogo, após entrada violenta em Rivarola. A seguir, Dinho e Válber trocaram socos dentro e fora de campo e foram expulsos. Com 10 homens contra 9, o Grêmio partiu para cima do Palmeiras e aplicou históricos 5 a 0, gols de Arce, Arílson e Jardel (3). No Palestra Itália, o time gaúcho fez 1 a 0 no comecinho, mas, desfalcado, relaxou com a imensa vantagem e foi deixando o Palmeiras crescer no jogo a ponto de fazer 5 a 1. Apesar da goleada sofrida, o Grêmio passou adiante e seria campeão da América. Detalhe para o baixo público de ambos os jogos: 16 mil no Olímpico, 7 mil no Palestra.





Copa do Brasil 1996: o Palmeiras vinha ainda mais forte que em 1995. No primeiro jogo das semifinais, fez 3 a 1 no Grêmio no Palestra Itália. Apesar do show de Djalminha, Rivaldo e companhia, foi um jogo disputadíssimo. No Olímpico, o Verdão saiu na frente, mas permitiu a virada gremista. Aos 43 do segundo tempo, Jardel fez o gol que levaria para os pênaltis, mas a arbitragem anulou, alegando impedimento inexistente e levando o Olímpico à loucura. Houve pancadaria e invasão de campo. E classificação palmeirense.





Brasileiro 1996: no primeiro mata-mata do campeonato, os velhos rivais estavam frente a frente de novo. No Olímpico, com uma atuação espetacular, o Grêmio virou para cima do Palmeiras com três gols de cabeça de Emerson, Zé Afonso e Goiano: 3 a 1. No Morumbi, o Verdão não teve forças para eliminar o futuro campeão brasileiro da temporada, embora tenha vencido por 1 a 0, gol de Elivélton.



Ao todo, o Palmeiras leva ampla vantagem nos 67 jogos oficiais disputados contra o Grêmio: são 29 vitórias, 24 empates e só 14 derrotas. Mas, nos confrontos de mata-mata, a vantagem é gremista: o time gaúcho levou a melhor cinco vezes, contra quatro dos paulistas.


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