Reencontro mais frio do que o merecido

A semana do reencontro de Grêmio e Ronaldinho rendeu milhões de matérias, protestos, clima de revanche e quase 45 mil pessoas no Olímpico. Já estamos na terça e ninguém comenta sobre o adversário de domingo, também na Azenha, e muito mais importante que Ronaldinho para a história tricolor: Luiz Felipe, que fará 63 anos amanhã.

Não acredito no público de dois domingos atrás para o reencontro com Felipão, por mais que ele merecesse não 45 mil, mas 60 mil pessoas, se fosse possível caber no Olímpico. O fato é que não há clima belicoso, nem caráter decisivo para o campeonato (ao contrário do Flamengo, que briga por Libertadores, o Palmeiras é um coadjuvante dos piores). Isso diminui o impacto da partida, embora, no ano passado, o mesmo Luiz Felipe tenha levado 38 mil pessoas ao Olímpico numa quarta no fim de tarde, em pleno aniversário do clube. Claro, era a primeira vez dele depois de 12 anos na Azenha. A segunda perde um tanto do impacto naturalmente.

Se o reencontro com Felipão não é tão quente quanto o de Ronaldinho, a volta do Palmeiras, grande rival gremista nos anos 90, não poderia ser mais fria. Sem nada para fazer no campeonato e ainda correndo risco de perder a vaga na Sul-Americana (haja esforço!), o Verdão vem a Porto Alegre com um nada invejável cartel de 13 partidas sem vencer. Chance melhor para derrotar Felipão não haverá. Afinal, como se vê abaixo, o Grêmio nunca ganhou de seu ex-técnico.

Reencontros do Grêmio com Luiz Felipe
Grêmio 1 x 1 Criciúma, 30/05/1991: foi o primeiro confronto de Felipão como ex-técnico gremista (havia sido campeão gaúcho em 1987). Na primeira partida da decisão da Copa do Brasil, o Grêmio, mesmo recém rebaixado, era o favorito. No entanto, Vilmar abriu o placar no Olímpico logo aos 15 minutos, colocando os catarinenses na frente. O ponta Maurício conseguiu o empate apenas aos 38 do 2º.

Criciúma 0 x 0 Grêmio, 02/06/1991: o empate sem gols servia ao Criciúma, que conquistou o título inédito da Copa do Brasil, a única conquista catarinense em nível nacional até hoje. O título levou Felipão ao futebol do Oriente Médio, e abriu os olhos do Grêmio para recontratá-lo, em 1993.

Palmeiras 5 x 1 Grêmio, 26/10/1997: o primeiro reencontro de Felipão como um verdadeiro ídolo da torcida gremista, e vestindo justamente as cores do grande adversário tricolor naquela década. Muito mais forte, o Palmeiras enfiou 5 a 1 no Grêmio de Hélio dos Anjos, um time desmontado em relação ao que ganhara tudo em 1995, 1996 e no começo de 1997, e extremamente frágil na defesa. Oséas (2), Alex (2) e Roque Júnior marcaram para o time paulista, e o zagueiro Éder descontou.

Grêmio 1 x 1 Palmeiras, 29/08/1998: foi a primeira vez de Felipão no Olímpico desde a final do Brasileiro de 1996, entre Grêmio x Portuguesa. Além dele, o reencontro foi com Arce, Arílson e Paulo Nunes, muito vaiado. Ele marcou 1 a 0 para os paulistas aos 27 do 2º tempo e comemorou provocando a torcida presente. No entanto, Zé Alcino empatou o jogo 11 minutos depois.

Palmeiras 6 x 0 Grêmio, 13/10/1999: jogo parecido com o de 1997. Em péssima campanha, o Grêmio foi goleado pelo campeão da América. Foi a maior goleada sofrida pelo tricolor na história do Campeonato Brasileiro. Alex (2), Evair, Júnior, Zé Maria e Edmílson marcaram, em jogo que teve atuação desastrosa da defesa e do goleiro Danrlei.

Grêmio 1 x 2 Palmeiras, 15/09/2010: o retorno de Felipão ao Olímpico, dez anos depois de deixar o país. No dia do aniversário do Grêmio, o seu Palmeiras é quem fez a festa: 2 a 1, gols de Marcos Assunção e Ewerthon. Jonas descontou.

Palmeiras 0 x 0 Grêmio, 06/08/2011: na quarta estreia de Roth pelo Grêmio, o Palmeiras, que ocupava o G-4, era favorito. No entanto, o tricolor segurou um interessante 0 a 0, que estancava um pouco a crise. Curiosamente, para o jogo deste domingo, no Olímpico, a situação é inversa. Embora o time gaúcho não esteja bem como os paulistas estavam em agosto, é o Verdão que vem em crise e tentando sair da má fase, tendo que enfrentar o favoritismo do Grêmio em Porto Alegre.

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