Como dizia aquele velho refrão

Após a inesquecível conquista da Copa Mercosul de 2000, quando perdia por 3 a 0 para o Palmeiras em São Paulo e virou para 4 a 3, os torcedores vascaínos eternizaram o refrão de que o Vasco era "o time da virada, o time do amor". Ontem, como se fosse uma coincidência pela excepcional fase que o clube de São Januário vive, estes versos foram novamente ouvidos. Com a mais absoluta justiça, e num jogo quase tão memorável quanto aquele do Palestra Itália.

Precisando vencer por três gols de diferença para seguir adiante na Sul-Americana, o Vasco entrou completo. Novamente, em vez de largar de mão, tentou seguir adiante. A abnegação deste time não é novidade: no Brasileirão, o Vasco também poderia puxar o freio e "brincar", pois já ganhou a Copa do Brasil e está na Libertadores. Mas quer o título. E times com sede de títulos e vitórias dão gosto de ver jogar.

A delícia da classificação vem pelas dificuldades. Apressado e afobado, o Vasco errava passes e facilitava o trabalho do Universitário no começo. Diego Souza abriu o placar de pênalti aos 23, mas o empate do bom Ruidíaz, nove minutos depois, servia como um balde de água fria. Em vez de um gol para levar aos pênaltis, seriam necessários três para a classificação. E sem poder levar nenhum.

Mas o Vasco levou. E logo aos 2 minutos do segundo tempo, com Rabanal, bola que desviou em Dedé. No minuto seguinte, porém, Elton empatou de novo. Um gol importantíssimo, porque recolocava o time no jogo. E aí Dedé, melhor zagueiro do país no momento, mostrou porque é diferenciado, ajudando a decidir o jogo, em uma extraordinária recuperação dentro da própria partida: se houve a fatalidade de ter causado o desvio do segundo gol peruano, chutou e viu o frangaço de Llontop, aos 12: 3 a 2. E ainda fez o quarto, de cabeça, aos 27.

Ali, o estádio todo tinha a certeza que o quinto gol, necessário para a vaga, viria. Ainda mais porque, após a expulsão de Rabanal, aos 16, o Universitário só conseguia defender, e nem cogitava ameaçar o time da casa. Dedé foi decisivo de novo: foi dele o passe para Alecsandro marcar o quinto, e comemorar como normalmente faz, homenageando seu pai, Lela. Novamente, o centroavante apareceu no momento decisivo - algo que se cobrava dele no Inter, mas que no Vasco tem realizado frequentemente, embora já tenha até mesmo perdido a posição para Elton.

O Vasco se desgastou fisicamente para o duelo de domingo, contra o Botafogo, que vale liderança do Brasileirão. Mas ganhou força psicológica considerável. Enfrentará, provavelmente, a Universidad de Chile nas semifinais, em jogo que muitos considerarão final antecipada da Copa Sul-Americana, esquecendo do Vélez. São, de fato, os dois melhores times da competição. E, sem dúvida, o maior desafio vascaíno - por mais que Aurora e Universitário já tenham sido batidos de maneira épica.

VASCO (5): Fernando Prass; Fagner (Allan), Dedé, Renato Silva e Diego Rosa; Nilton, Fellipe Bastos (Bernardo), Juninho e Diego Souza; Éder Luís (Alecsandro) e Elton.
Técnico: Cristóvão Borges
UNIVERSITÁRIO (2): Llontop; Mendoza, Galván, Galliquio (Duarte) e Rabanal; González, Torres, Vitti e Flores (Morel); Ruidíaz (Fano) e Ampuero.
Técnico: José del Solar

Copa Sul-Americana 2011 - Quartas de final - Jogo de volta
Local: Estádio São Januário, Rio de Janeiro (RJ); Data: quarta-feira, 9 de novembro de 2011 - 21h50 (horário de Brasília); Árbitro: Carlos Amarilla (PAR); Público: 10.479; Renda: R$ 137.120,00; Gols: Diego Souza (pênalti) 23 e Ruidíaz 32 do 1º; Rabanal 2, Elton 3, Dedé 12 e 27 e Alecsandro 37 do 2º; Cartão amarelo: Dedé, Éder Luís, Juninho, Bernardo, Elton, Nilton, Llontop, Fano, Morel e Flores; Expulsão: Diego Souza, González e Rabanal

PRÓXIMOS JOGOS
Vasco x Botafogo - Brasileiro - domingo, 13/11, 19h - Engenhão, Rio de Janeiro (RJ)
Cobresol x Universitário - Peruano - sábado, 19/11 - 25 de Novembre, Moquegua (PER)


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