Ótimo, mas amargo

O empate no finzinho não chega a soar como uma revanche paraguaia pela derrota na final da Copa América, mas foi o suficiente para deixar um gosto amargo na boca uruguaia. O que seria um esplêndido 1 a 0 em pleno Defensores del Chaco, resultado dificílimo de conseguir em Eliminatórias (mesmo com o Paraguai mais fraco dos últimos 15 anos), acabou virando um empate aos 47 minutos do segundo tempo. Ainda assim, frise-se, um ótimo resultado. É a primeira vez que a Celeste não perde em Assunção por Eliminatórias.

Mesmo equilibrado, o jogo serviu para projetar futuros bem distintos a respeito de guaranis e charruas. O Paraguai, jogando em casa, mostrou uma equipe afoita, bagunçada e com dificuldades técnicas. Jogou melhor por apenas 1/4 do jogo: do início à metade do segundo tempo. No primeiro, não conseguiu se impor. No segundo, após o gol de Forlán, ficou perdido e poderia ter sofrido mais gols. Aí esteve o pecado uruguaio: não matar a partida quando a tinha nas mãos. Mas é verdade também que arriscar no Defensores del Chaco não convém.

O Uruguai, melhor e mais maduro, explorou os contra-ataques na etapa inicial. Não criou tantas chances como deveria, mas correu quase nenhum risco, mesmo oferecendo a posse de bola para o Paraguai na maior parte do tempo. Na etapa final, contou com a sorte algumas vezes para não sair perdendo. Santa Cruz e Haedo Valdez levavam perigo, mas o gol de Muslera parecia protegido por forças divinas.

Estancada a pressão, o time celeste se impôs e veio para cima. Bastou pressionar por cinco minutos que fez o gol, na base da qualidade individual. Suárez fintou magistralmente a marcação e achou o oportunista Forlán livre para fazer 1 a 0. 32º gol do maior artilheiro (e, por que não?, maior jogador) da seleção uruguaia em todos os tempos.

Nos minutos finais, porém, o Paraguai se atirou para cima, mais no abafa que na organização. Chegou ao empate aos 47, com Ortiz, aproveitando o recuo do time de Tabárez. A impressão que dá é que o Uruguai, se quisesse forçar um pouco mais, ganharia com naturalidade. É um time forte e que chegará à Copa sem sobressaltos, e como um dos favoritos ao título.

Já Chiqui Arce terá trabalho. Seu time foi criticado após a derrota para o Peru na sexta passada, mas o fato é que o Paraguai não joga bem há tempos, bem antes de sua chegada. Na Copa América, mesmo vice-campeão, teve uma constrangedora campanha sem vitórias. Precisa melhorar bastante. Hoje, parece atrás de Chile, Peru e Colômbia, para dizer o mínimo e não falar, claro, de Argentina e Uruguai.

PARAGUAI (1): Diego Barreto; Bonet (Pérez), Verón, Da Silva e Ortiz; Edgar Barreto, Cáceres (Santa Cruz), Riveros e Estigarríbia; Haedo Valdez e Cardozo (Caballero).
Técnico: Francisco Arce
URUGUAI (1): Muslera; Maxi Pereira, Lugano, Godín e Cáceres; Pérez (Eguren), Arévalo Ríos, Álvaro Pereira (González) e Forlán (Rodríguez); Cavani e Suárez.
Técnico: Oscar Tabárez

Eliminatórias da Copa do Mundo 2014 - América do Sul - 2ª rodada
Local: Estádio Defensores del Chaco, Assunção (PAR); Data: terça-feira, 11 de outubro de 2011 - 19h45 (horário de Brasília); Árbitro: Wilson Luiz Seneme (BRA); Gols: Forlán 23 e Ortiz 47 do 2º; Cartão amarelo: Cardozo, Lugano, Maxi Pereira e Godín

PRÓXIMOS JOGOS
Paraguai x Equador - Eliminatórias - sexta, 11/11 - Defensores del Chaco, Assunção (PAR)
Uruguai x Chile - Eliminatórias - sexta, 11/11 - Centenário, Montevidéu (URU)


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