Dia de alta

No dia em que Ricardo Gomes deixa o hospital e vai para a casa, a torcida do Vasco recebe outra grande notícia: até às 16h de hoje, os cruz-maltinos são líderes do Campeonato Brasileiro, algo que não ocorria desde 1997 (nem mesmo no título de 2000 o time foi primeiro colocado na fase classificatória). O resultado de 4 a 0 construído sobre um Grêmio em franco crescimento só abrilhanta ainda mais a grande fase do time de São Januário.

O gol logo a 3 minutos, de Elton, seria a tônica da partida: o Vasco encontrou grandes facilidades para tramar pelo lado direito, com Fagner e Éder Luís envolvendo Júlio César no 2-1 o tempo todo. Sem antídoto para este mal, Celso Roth ainda viu sua zaga bater cabeça o jogo todo. No primeiro gol, Saimon chegou atrasado e permitiu a antecipação do centroavante vascaíno. No segundo, o mesmo zagueiro saiu do lugar de forma precipitada e deixou Diego Souza no mano-a-mano com Edcarlos. Levou uma meia-lua do camisa 10 do Vasco no complemento da jogada.

O Grêmio, porém, não fez um primeiro tempo ruim. O time se impunha no meio-campo e criou diversas chances para empatar o jogo quando o placar estava em 1 a 0. O coletivo funcionava melhor que as individualidades, já que os meias, todos, estiveram abaixo da média. Porém, muito bem organizado e protegido, o Vasco se defendia bem e contra-atacava melhor ainda. O Grêmio conseguia fazer um bom enfrentamento no meio, mas quando os cariocas chegavam próximos à área era um Deus-nos-acuda. Só em Fortaleza, contra o Ceará, a zaga teve atuação tão ruim quanto ontem.

Assim como no primeiro tempo, o segundo começou com gol do Vasco. Foi no 3 a 0 que o Grêmio se desmantelou completamente. Roth não trocou ninguém no intervalo, e o time realmente não estava mal. Mas em mais uma chegada pela direita e mais uma conclusão livre de atacante na área gremista, o terceiro gol acabou com os gaúchos. O jogo era muito mais parelho que a iminente goleada indicava, e aí não há psicológico que aguente. O 4 a 0 foi consequência. E sorte que parou por aí.

O resultado é excepcional para o Vasco. Para o Grêmio, a derrota em São Januário faz parte da conta, mas o modo como foi construída e a elasticidade do placar é que fazem mal. Resta a Celso Roth ajeitar o time até o jogo de quinta. E repeti-lo: afinal, foi a primeira partida ruim desta equipe que joga junta desde o Gre-Nal. Oscilações fazem parte da rotina do Campeonato Brasileiro. Repetir time, diante dos problemas que todos enfrentam, é privilégio de poucos.

Campeonato Brasileiro 2011 - 24ª rodada
17/setembro/2011
VASCO 4 x GRÊMIO 0
Local: São Januário, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Ricardo Marques Ribeiro (MG)
Público: 19.757
Renda: R$ 400.055,00
Gols: Elton 3 e Diego Souza 33 do 1º; Éder Luís 6 e Fagner 16 do 2º
Cartão amarelo: Dedé, Saimon e Júlio César
VASCO: Fernando Prass (6), Fagner (7,5), Dedé (6,5), Renato Silva (6) e Jumar (5,5); Eduardo Costa (6,5), Rômulo (6), Fellipe Bastos (7) e Diego Souza (8,5) (Allan, 40 do 2º - sem nota); Éder Luís (7,5) (Leandro, 39 do 2º - sem nota) e Elton (6,5) (Bernardo, 31 do 2º - sem nota). Técnico: Cristóvão Borges (8,5)
GRÊMIO: Victor (5), Mário Fernandes (5,5), Saimon (3), Edcarlos (4) e Júlio César (3,5); Fernando (6) (Gabriel, 26 do 2º - 5), Fábio Rochemback (6), Douglas (4,5) (Adilson, 12 do 2º - 4), Marquinhos (5) e Escudero (4) (Leandro, 12 do 2º - 4,5); André Lima (5). Técnico: Celso Roth (4)


Comentários