A primeira decisão da Era Mano

O Brasil tem um jogo de altíssimo risco hoje. O Paraguai é um time menos técnico, mas mais consistente, tanto em esquema tático quanto em organização. A seleção irá sem meio-campo, ou quase isso: enquanto Robinho, Neymar e Pato jogarão com a bola no pé, sem correrem atrás dos marcadores, Ganso ficará atrás deles, igualmente indolente. Já são quatro que não marcam ou algo perto disso. Ramires é mais efetivo, mas terá que ser contido, sem dar suas tradicionais arrancadas de trás. Ou então Lucas terá que ser substituído ainda no primeiro tempo, sem fôlego, por ter que correr atrás de todos os meio-campistas adversários.

Há um entendimento de que é preciso cuidado para não repetir a eliminação precoce da Argentina. Isto serve para o jogo de hoje, mas não ajuda em nada mais adiante. Afinal, a Argentina não deu fiasco ao ser eliminada pelo Uruguai; deu fiasco ao empatar com Colômbia e Bolívia quando deveria ter perdido, e complicado sua situação na chave. Imaginar que o caminho sem os hermanos ficou mais fácil é desdenhar por tabela do Uruguai, que é mais time hoje - tanto em relação à Argentina quanto ao próprio Brasil, que precisa antes resolver seus problemas em vez de comemorar a desgraça dos outros.

No outro jogo do dia, o Chile leva o favoritismo diante da Venezuela, mas é jogo duro. Os dois primeiros foram para a prorrogação. Não duvido que os dois de hoje também terminem empatados nos 90 minutos.

Campeonato Brasileiro
O fato novo do sábado foi a primeira vitória do Avaí (18º, 7), 1 a 0 no Atlético/GO (17º, 8) em Goiânia. O time catarinense já larga a vice-lanterna nas mãos do América/MG. E abre distância para o Atlético/PR (20º, 2), que levou a virada do Vasco (5º, 17), 2 a 1. Também chamou a atenção a ótima vitória do Coritiba (9º, 13), 3 a 1 sobre o Fluminense (10º, 12), com autoridade. O Atlético/MG (15º, 11) prossegue sua péssima fase ao levar 2 a 1 do mistão do Santos (13º, 11).

Internacional (7º, 15) x São Paulo (3º, 18): vale o G-4. Para o Inter, a reentrada. Para o São Paulo, a manutenção. São muitos os desfalques, de ambos os lados: Oscar e Lucas são apenas os principais. Jogo que promete equilíbrio.

Cruzeiro (11º, 12) x Bahia (16º, 10): o Cruzeiro é inegavelmente melhor, mas também passa por momento de estabilização, enquanto o Bahia é maroto fora de casa. Jogo encardido para os mineiros, e uma surpresa é bem possível de ocorrer.

Ceará (14º, 11) x América/MG (19º, 6): o Vovô é melhor e, jogando em casa, tem tudo para vencer e afundar o Coelho na zona de rebaixamento.

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