Parâmetro para nada

Em um jogo onde Nei faz gol e Leandro Damião erra pênalti não podemos tirar grandes conclusões. Claro, não apenas por conta destes dois fatos pitorescos: na verdade, o empate entre Barcelona e Internacional não serve de parâmetro por diversos outros motivos: escalações comprometidas (especialmente no caso dos catalães), viagem longa de um lado e curta de outro, uma equipe começando a temporada e outra em meio a ela, um dos lados dando importância de competição ao jogo, onde tratando-no como um mero amistoso preparatório - tanto que nem comemorou a vitória nos pênaltis.

Em termos de jogo, a análise menos comprometida por força das circunstâncias é a do primeiro tempo. Porque, no segundo, o jogo ficou extremamente descaracterizado por conta das intermináveis substituições. Os 45 iniciais foram de um Barcelona dominador. Mantém o estilo de jogo do time principal mesmo na equipe B, C, sub-17 ou seja lá o que for. É a maior academia de futebol no mundo hoje. Explica muito o presente arrasador.

A Copa Audi termina amanhã. Serviu, na verdade, para o Colorado ganhar uma grana interessante (pode ser maior ainda se vender alguém nesta viagem, e alguns dizem que Damião possa nem voltar a Porto Alegre, ficando por lá mesmo). Ou, quem sabe, livrar-se de Nei, enganando algum empresário desatento que o tenha visto somente hoje.


Comentários

Mário disse…
Acho estranhos os comentários que tenho lido na imprensa de que o Inter fez bem seu papel, sai de cabeça erguida e etc.

Pra começar, digo sem problema algum que eu queria que o Grêmio estivesse lá - pelo fato de o convite representar reconhecimento e que é uma vitrine interessante. Contudo, torneio onde tu podes trocar 11 jogadores (achei que, no fim, iam permitir o Valdés voltar no lugar do Pinto - terrível - só pros pênaltis, já que tudo podia) é brincadeira.

E foi brincadeira também o que o Barcelona fez com o Inter no primeiro tempo. Sinceramente, deu vergonha do futebol brasileiro. Parecia um time de várzea contra outro profissional. Iniesta, em início de temporada, jogando mais que qualquer brasileiro no topo da forma. E aquele gol em jogada ensaiada? Quando foi a última vez que o Grêmio fez um gol em jogada de falta ensaiada? 1995?

Se aquele Soriano fosse um pouquinho melhor (ok, artilheiro da série B espanhola, mas me lembrou o Gudjohnsen de 2006), o primeiro tempo tinha acabado em 3 a 0 fácil.

No segundo tempo, absolutamente descaracterizado, o Barcelona relaxou e o Inter achou dois gols. Mas a superioridade do Barcelona (mesmo que com 90% do time composto por reservas dos reservas) foi absoluta.

A melhor parte da tarde achei a entrada dos guris que o Osmar Loss promoveu. Imagino o que significa pra alguém que recém começa a carreira poder jogar contra o Barcelona na Allianz Arena lotada, por menos oficial que seja a partida.