Futebol interino


INTER 0 x 0 ATLÉTICO-GO
Depois dos bons resultados obtidos pelo Inter em sua breve excursão pela Europa, muito se falou sobre a possibilidade real de efetivar Osmar Loss como novo técnico colorado. Afinal, montando equipes emergenciais e mudando dramaticamente de jogadores durante as partidas, o interino saiu invicto de confrontos contra Barcelona e Milan, um feito que não deve ser desprezado sob nenhuma circunstância. Não que esse chocho empate sem gols contra o humilde Atlético-GO seja exatamente um balde de água fria, mas funcionou como aquele copo d'água que jogamos no rosto de alguém que dorme ou delira, de forma a trazer essa pessoa de volta à realidade.
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Foi uma partida das mais sonolentas. O Dragão não quis arriscar: veio fechadinho, sóbrio, apostando na máxima de que mais vale um ponto na mão do que três voando, ainda mais quando a gente luta contra o abismo do rebaixamento. O Inter, portanto, contou sempre com a concordância do adversário no sentido de ter a posse de bola. Pena que, como de hábito no Beira-Rio, afeiçoou-se ao esférico de tal forma que evitou ao máximo arriscar chutes a gol, temeroso de perdê-lo.
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Nosso amigo Osmar Loss tem sua responsabilidade nisso: optou por três volantes de origem (Wilson Matias, Elton e Tinga), diminuindo a velocidade no meio-campo e fazendo com que as conclusões a gol fossem bastante escassas. Delarrosa tentou, mas não conseguiu; Jô entrou e igualmente nada fez. Difícil, porém, pedir milagres de um Inter que vem a campo com apenas três figuras de funções eminentemente ofensivas, jogando em casa e contra um dos lanternas do campeonato.
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No final do jogo, a pataquada do árbitro Jailson Macedo Freitas - que encerrou o jogo antes da cobrança de uma falta que seria decisiva para o Inter, alegando que o time estava se "enrolando" para bater - ganhou as manchetes. Mas o fato é que futebol, hoje, foi bem escasso no Beira-Rio. Fica demonstrado, pelo menos temporariamente, que Osmar Loss não é mágico, pelo contrário. A impressão, inclusive, era de que o interino não queria correr riscos, já que um resultado positivo poderia ser o detalhe final para sua efetivação. Montou um Inter sem ousadia e colheu os frutos da falta de ambição. Não perdeu, mas também não ganhou - e lançou nuvens de dúvida em uma efetivação que surgia no horizonte, brilhante como o sol.
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Em tempo:
-A queda de Antônio Vicente Martins é pedra cantada há algumas semanas, de forma que a confirmação não é surpresa para ninguém. Seus resultados práticos em momento algum foram capazes de justificar sua permanência. A questão que surge, agora, é quem vai ocupar seu lugar. Especula-se Paulo Pelaipe, que fez bom trabalho no time vice da Libertadores 2007 e tem presença forte no vestiário. Setoristas do Olímpico, por sua vez, dizem que o escolhido pode ser do grupo da oposição, o que viria acompanhado de mais mudanças no comando técnico. Até em Celso Roth, eterno fantasma da dupla, se falou. É momento propício para revoluções, já que os resultados não aparecem e o rebaixamento está logo ali, acenando com ar de quem está morrendo de saudade. Promessa de um começo de semana bem movimentado no Olímpico.
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Comentários

Sancho disse…
Pelaipe, não. Pelamordedeus!
luís felipe disse…
curioso é ver a 'tropa de choque' do Odone trocando impropérios com meio mundo no Twitter. Curioso e triste, porque era coisa mais que prevista.

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sobre o Inter, mais um jogo que demonstrou o tamanho da insuficiência do ataque reserva. Até de Alecsandro senti saudades. Juro.
Vicente Fonseca disse…
Fala-se em REVOLUÇÃO no Olímpico. Acho que é mais ou menos esse o tom que deve ser.

Eu gostaria do Pelaipe. Acho que tem o perfil para o momento. Pode ser falastrão, mas conhece futebol. É tudo o que o Grêmio precisa numa hora tão delicada.
Sancho disse…
O que penso do Pelaipe, escrevi aqui:

A Batalha dos Parreirais

Um trecho: "Desde que Pelaipe (me recuso em continuar a chamá-lo de Paulo Roberto) assumiu o futebol do Grêmio, o clube já brigou, que eu me lembre e assim por cima, com o Internacional (quando não?), Caxias, Juventude, Santa Cruz, Náutico, São Paulo, Boca Juniors, Palmeiras, Atlético Paranaense, Carlos Josias, STJD e, agora, Flamengo de São Valentim. Só eu vejo aí uma constância?! Isso já virou regra dentro do estádio Olímpico e é resultado do que chamo de “pelaipismo”. Note-se que Pelaipe sempre aparece com atitudes pequenas, ridículas, vexatórias e impertinentes. Nunca covardes, entretanto. Não se pode acusar Pelaipe de covarde. Ele só ataca quem é maior do que ele, como o Flamengo de São Valentim. Pelaipe, como diretor de futebol, é menor do que a várzea."
Sara disse…
Tive a sorte de conhecer jogadores do clube esperam há alguns meses para acontecer de novo, porque foi uma experiência agradável enquanto eu estava comendo com a minha família em restaurantes em barueri