Ídolo e fãs, negócios à parte

Felipão nunca perdeu para o Grêmio desde que o deixou
Um dia de festa, uma noite repleta de má notícias. Felipão repetiu as várias vezes que o Grêmio resolveu, com justiça, homenagear seus ídolos, como já foi com Renato em certas oportunidades: venceu. O Palmeiras ultrapassa o Tricolor, que cai para 13º. Quebrou um jejum de dez anos sem vencer no Olímpico. A distância para o rebaixamento continua confortável, cinco pontos. Mas deslanchar, que era o objetivo a partir de uma vitória, não foi possível.

O Palmeiras se defendeu com extrema competência. Seu plano de jogo foi perfeitamente executado. Felipão entrou com quatro volantes com uma proposta clara: bloquear as ações gremistas e aproveitar contra-golpes e bola paradas. Num deles, Neuton cometeu falta boba em Ewerthon, na frente da área, o que é perfeito para o exímio batedor Marcos Assunção. A retranca paulista se justificativa ainda mais, e o Grêmio não encontrou espaços.

O segundo gol nem alterou o andamento da partida, que era de Grêmio em cima e Palmeiras se defendendo. Só tornou a ansiedade azul ainda maior, e jogou um balde de água fria no Olímpico, lindo e lotado. Renato leu bem o jogo: vários jogadores estiveram abaixo do que vinham rendendo nas últimas rodadas. Entretanto, isso é mais mérito do Palmeiras, que se defendeu bem demais, que deméritos do Grêmio que, afora o mau resultado, teve uma atuação dentro do aceitável, aguerrida, longe dos tempos mais tenebrosos de um mês atrás.

Fazer três pontos contra Corinthians e Palmeiras, na sequência, não é um desempenho ruim. O problema é a reversão de expectativa: bater o Timão em São Paulo, com heroísmo, e frustrar 38 mil gremistas em casa a seguir. Domingo, o Grêmio vai a Florianópolis. Jogo imprevisível, de três resultados perfeitamente possíveis. Não perdendo, Renato & Cia ao menos mantêm a palavra “rebaixamento” fora do vocabulário por mais algum tempo.

Fluminense 1 x 2 Corinthians
Grande jogo, grande vitória do Corinthians, que jogou com muita personalidade, na casa do adversário. Foi uma noite de Alessandro, William e Júlio César, goleiro contestado, mas que fez milagres. Mas é preciso ressaltar que Elias e Jucilei jogam muito também, embora já tenham sido mais brilhantes outras vezes.

O Corinthians encosta nos 41 pontos, junto com o Flu, mas com um jogo a menos. Entretanto, ter uma partida por fazer não significa três pontos a mais: trata-se do Vasco, invicto com Paulo César Gusmão, em São Januário. Como o Cruzeiro ganhou outra e chegou nos 40 pontos, segue tudo indefinido. Nem mesmo o Botafogo, que perdeu desfalcado para o Goiás, pode ser descartado.

O Fluminense passa por instabilidade, e poucos são mais capacitados que Muricy para corrigi-la. Emerson faz muita falta. Dava opções aos dois meias que nenhum outro é capaz, embora Rodriguinho tenha feito bela partida. Mas mesmo a derrota não é motivo para qualquer desespero. Foi uma grande chance perdida de disparar, porém.

Borges
Surpreendente e trágica a lesão do centroavante, outro que sofreu com as lesões em 2010. Em março e abril, ficou fora por 40 dias; entre maio e junho, por mais 30; e agora, pelo menos mais 30. São no mínimo 100 dias de inatividade, muito para alguém tão importante. André Lima é um jogador com certa qualidade, mas não é Borges. O Grêmio perde muito, ainda que Jonas seja um dos artilheiros do Campeonato Brasileiro neste momento.

Ainda o 4-5-1
Giuliano joga. O Inter precisará se reinventar com as mesmas peças para ter novamente poder de fogo. O São Paulo vem em momento instável. Jogo imprevisível no Morumbi.

Foto: Lucas Uebel.

Comentários

Lourenço disse…
No fim, o custo-benefício do Borges acabou sendo médio. 3 gols no campeonato brasileiro é brincadeira.