Taison aproveitou a chance

Se o melhor momento prevalecer, Taison joga quarta-feira, em detrimento de Rafael Sobis. Não apenas pela bela atuação, mas pelo que vem jogando. Celso Roth já falou nas dificuldades físicas de Sobis, muito maiores que técnicas. Hoje o atacante reestreou como meia. Teve bons momentos, mas não aguentou até o fim.

Taison, por sua vez, está voando. Sua arrancada fulminante da esquerda para o centro, desaparecida há um ano, está voltando. Marcou seu gol assim hoje, e deu a vitória a um Inter que parece jogar no 4-5-1 há anos. Mesmo com sete reservas, controlou o meio-campo, apartou o time do Flamengo em dois no primeiro tempo por conta disso e saiu com a vitória sem muitos sobressaltos.

A projeção de time para quarta indica um meio começando por Guiñazu e Sandro, D’Alessandro, Tinga e Taison na meia, mais Alecsandro como referência. A diferença de momento para o São Paulo é gritante. Em crise, o time do técnico Ricardo Gomes entra, teoricamente, como franco-atirador. Só em tese. Na prática, o jogo é muito igual e não há favorito para a vaga. Ainda que o momento do Internacional seja inegavelmente melhor.

O mau bom resultado
A fase é tão complicada no Olímpico que até mesmo um empate com o Cruzeiro fora de casa vira motivo de briga. O tricolor jogou mais, mas entregou a vitória a cinco minutos do fim. Victor falhou novamente. Vive seu pior momento desde que chegou ao clube. E o castigo de Sete Lagoas foi o 2 a 2, que não diz o que foi o jogo, e causou a fúria de Jonas e Rodrigo, brigados no vestiário.

O 3-5-2 pode ser mantido para as próximas rodadas. Se o Grêmio entrou com algumas improvisações, Cuca bagunçou demais o Cruzeiro ao inventar o volante Fabinho de zagueiro, o lateral Jonathan de meia e sacar Marquinhos Paraná do time. Olhando as escalações, a boa atuação tricolor passou a ser previsível.

A melhor notícia, além da boa atuação, foram a volta dos gols de Jonas e Borges, uma dupla que, sempre que funcionou, salvou o Grêmio este ano. O tricolor terá uma vantagem na semana Gre-Nal: focará apenas o clássico de domingo, contra o mistão rival, enquanto o Beira-Rio respirará Libertadores até quarta-feira. E, talvez, até deixe de lado o clássico, pensando no jogo do Morumbi. É hora de esfriar a cabeça, corrigir os erros de Minas, botar ordem no vestiário e vencer a primeira partida no pós-Copa.

Foto: Taison fez o golaço que deu a vitória ao Inter e deve começar jogo da Libertadores na quarta (Jefferson Bernardes).

Comentários

Felipe disse…
Aposto no seguinte time para quarta: Renan, Nei, Bolivar, Índio e Kléber; Sandro e Guiñazú; D´Ale, Tinga e Taison; Alecsandro.
Seis rodadas sem vencer. 22 dias sem vencer. Meira e Kroeff tentando tapar sol com peneira. Discussão entre jogadores. Técnico expulso e perdido.
Em outros tempos, um empate contra o Cruzeiro fora de casa seria ótimo resultado.

Ok, ainda tem 70% do campeonato para ser disputado. Mas não há como esconder o descontentamento e a preocupação. Chega logo, outubro! Chega logo, eleição!
Prestes disse…
Pra ser campeao brasileiro basta cumprir direitinho o planejamento, demitindo o Roth na virada do turno.
luís felipe disse…
o "novo" Taison foi a principal descoberta do Roth. Não pode sair do time pq, apesar de ter feito o gol de ontem em uma jogada totalmente individual, ele é fundamental para o esquema tático. O Taison é quem faz a transição do meio para o ataque com objetividade - aliás, uma objetividade que nunca teve na carreira - enquanto o D'Alessandro é o cara que pensa o jogo. O Inter precisa dos dois. Se tiver apenas um, correrá riscos de não atacar com eficiência.

O D'Alessandro, pelo menos, pode ser substituído pelo Andrezinho, que é um jogador com ritmo semelhante. O Taison só tem um substituto - o velho Tinga, e esse não pode jogar.
Vicente Fonseca disse…
Fred, acho que hoje obtivemos a resposta para a confusão Jonas x Rodrigo. Acho bom quando a direção minimiza a briga no discurso externo, mas pune internamente os atletas, como é o que ocorreu. Nem tudo está perdido.

Felipe, Tinga não deve jogar. Além da suspensão, sofreu uma pequena lesão na coxa.

Luís, será que nem no auge dele ano passado ele era tão objetivo como agora? Parece-me que ele se recuperou voltando para a ponta-esquerda do campo. Mas é claro que a razão do crescimento do Taison é muito mais psicológica que técnica. Não há jogador que passe a jogar tanto de uma hora para outra só por mudança de posicionamento.