A Suíça não ganha duas vezes

O São Paulo arriscou muito. Retrancas assim são a coisa mais arriscada no futebol. Porque quem atua deste modo aposta tudo na defesa. Aposta alto nela e se abstém de atacar. Normalmente não dá certo. Mas quem pode dizer categoricamente que não deu hoje? Afinal, o São Paulo mostrou ter muito menos time, no sentido coletivo, que o Inter hoje. E conseguiu, mesmo assim, levar só um gol e levar a decisão para o Morumbi com uma desvantagem real, mas reversível.

O resultado de 1 a 0 não diz o que foi o jogo. O Internacional até não fez uma grande partida, mas a postura são-paulina dá esta impressão. Só o colorado jogou e se propôs a isso. O São Paulo trouxe o Inter para dentro do seu campo. Jogou como uma equipe paraguaia em Libertadores diante de um brasileiro fora de casa. Foi a Suíça da Copa do Mundo, mas desta vez deu Espanha. Defendeu-se muito bem, encaixou a marcação. Em 90% do tempo o colorado tinha a bola, mas não tinha opções de jogada. Só que nunca ameaçou o gol de Renan. E isso traz coragem a quem quer jogar, dá ímpeto a quem precisa mais do gol. Sem dar sustos, o time paulista nunca foi motivo de preocupação para a defesa colorada.

Celso Roth optou por Andrezinho, que não deu a velocidade de que o time precisava. Não fez boa partida. Mas o Inter encontrava alternativas nas subidas de Kleber, que começaram a se tornar frequentes na metade do primeiro tempo. No segundo, ele e Taison já conseguiam adentrar a área de Rogério Ceni a dribles e muita velocidade. Fora isso, eram bolas paradas e chutes de média distância.

O gol de Giuliano, homem de mais estrela nesta campanha colorada, fez justiça ao placar, ainda que em menor escore do que deveria ser. Só depois disso é que Ricardo Gomes resolveu apostar em Fernandinho, Ricardo Oliveira e Cléber Santana, que não fizeram muito, mas já melhoraram o time. Marlos não tem postura e condição para ser titular há tanto tempo. Hernanes foi um vexame. Dagoberto e Fernandão jogaram muito longe um do outro. Júnior César não cruzou sequer uma bola na área de Renan e demorou 75 minutos para descobrir que Nei é, disparado, o pior jogador e ponto fraco do time de Celso Roth. Só a defesa (Rogério Ceni, Alex Silva e Miranda) foi bem. Há muito que melhorar, talvez uma semana não seja suficiente. Mas, mesmo com tudo isso, o São Paulo continua vivo. É só o que tem a comemorar o torcedor tricolor.

Se Taison estiver mesmo lesionado, Giuliano deve ser a entrada natural no time (já que Tinga retomar seu lugar para saída de Andrezinho). É isto que Celso Roth tem a fazer até quarta que vem. No máximo, a inclusão de Rafael Sobis. Mais que isso é invenção, uma daquelas que de vez em quando Roth comete. Talvez só isso mesmo possa tirar o Inter de mais uma final de Libertadores.

Copa do Brasil
Santos abre enorme vantagem. O 2 a 0 é um grande resultado. O time da Vila fez gols, mas desta vez não levou. Dificilmente não fará algum em Salvador, o que obrigaria o Vitória a fazer pelo menos quatro. Nota cômica para o pênalti que Neymar jogou nas mãos do goleiro. Dorival Júnior, como de costume, isentou o atacante de culpa mais uma vez. Não vai aprender nunca. Não é todo dia que nasce um Zidane ou um Loco Abreu.

Foto: Guiñazu fez ótima partida, Hernanes mal tocou na bola (Marcos Nagelstein).

Comentários

Felipe disse…
O São Paulo se salvou de tomar uma goleada hoje. O Inter fez uma grande partida, simplesmente não deixou o SP jogar. A marcação foi perfeita. Pena que só uma bola entrou, mas não há de ser nada! Transformaremos o Murumbi em Beira-Rio novamente!
Anônimo disse…
Boa observação essa do Dagoberto e Washington terem jogado longes um do outro: umjogou em Porto Alegre e o tá no RIo..

marlon
Vicente Fonseca disse…
Porra, FERNANDÃO.

Valeu, cara.
Felipe disse…
Vicente, teu equívoco é compreensível. Teve gente que foi ao Beira-Rio e não se lembra de ter visto o Fernandão em campo. Inclusive há relatos de pessoas que o viram vibrando em um dos camarotes com o gol de Giuliano.
Vicente Fonseca disse…
dhdhsd

Deve ser o mesmo camarote que o Renan viu o jogo.