Atacante ou meia?

Celso Roth firmou o Internacional num 4-5-1 após a Copa do Mundo, provavelmente visando à inclusão de Tinga no meio de uma maneira que não acarretasse prejuízos para quem vinha jogando em eu setor – no caso, Giuliano e D’Alessandro. Rafael Sobis seria o atacante de referência. Embora baixo, sabe realizar a tarefa, no próprio Inter fizera isso.

O que Roth talvez não contasse era com a boa forma de Alecsandro na volta da Copa do Mundo. Nos três jogos após a final entre Holanda e Espanha, o titular da camisa 9 fez quatro gols, se tornou o artilheiro do Campeonato Brasileiro. E aí, para não desfazer o esquema que vem dando tão certo, a saída seria recuar Sobis como um quinto meio-campista. Jogou assim no Betis, garantem. Mas nada garante que o 4-4-2 não volte. Seria uma questão de posicionamento. Seja como for, Giuliano deve ser o “premiado” para ingressar no banco de reservas.

Não será hoje, porém, que Rafael Sobis atuará na nova função. Jogará como único homem de ataque num time cheio de reservas. A maioria, bons reservas. Mas não é um time que fornecerá pistas sobre como deve atuar o Inter diante do São Paulo, quarta-feira. Será também a reestreia de Renan, a manutenção de Tinga no meio. Celso Roth dá ritmo de jogo a seus jogadores. Ele próprio garante que o problema de Sobis é muito mais físico agora do que de entrosamento, ou técnico.

O Flamengo conseguiu se reagrupar depois da perda de jogadores importantes, por motivos traumáticos, especialmente no caso de Bruno. Vem com uma gurizada de personalidade, comandada por alguns experientes campeões brasileiros. Contrabalança o liso Diego Maurício e o até aqui seguro Marcelo Lomba, substitutos de Adriano e Bruno, com Ronaldo Angelim, Juan, Léo Moura, Petkovic, Willians e Corrêa. É um bom time de futebol, para o qual só falta ataque. Val Baiano hoje estará no banco, e Marquinhos (ex-Palmeiras e Vitória) ainda sofre problemas jurídicos para estrear, mas será opção certa de velocidade mais adiante no campeonato.

Mais uma última chance
A última vez que um técnico do Grêmio usou o 3-5-2 como último recurso foi no dia 10 de maio de 2008, no Estádio do Morumbi, em São Paulo. Celso Roth estreava no Campeonato Brasileiro precisando não perder a partida para o bicampeão brasileiro para seguir no cargo. Venceu por 1 a 0, e iniciou ali uma campanha que quase acabou em título nacional.

Silas vive situação parecida. Garante que não entrará retrancado, mas guarnecerá seu sistema defensivo. É uma escalação bem mais equilibrada que a que vem jogando. Para suprir a moleza de Douglas e a baixa combatividade de Fábio Rochemback, coloca mais um zagueiro. Maylson e Hugo serão os alas, o que garante que o time não será tão defensivo assim. É muita mexida de uma hora para outra, mas pode dar certo.

O Cruzeiro não tem um grupo de jogadores superior ao do Grêmio, mas vive um momento muito melhor. Mais que grupo, importa sempre o time, e de preferência seu momento. Os mineiros alcançaram o G-4 em duas rodadas após a Copa, e deram muito trabalho ao líder Fluminense na última quinta-feira. 

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