Recado para agosto

INTERNACIONAL 0 x 2 SÃO PAULO
Para o torcedor colorado, foi como a confirmação de que Fernandão seria um reforço interessante para a Libertadores, principalmente quando se realiza o contraste com Kleber Pereira, sinônimo de contratação fracassada no Inter de 2010. Para Fossati, entretanto, é mais que isso. A derrota para o São Paulo, mesmo que alguns titulares tenham sido poupados, serve como um alerta, por mais distante que o jogo semifinal da Libertadores esteja do de hoje.

A sorte do Inter é que o São Paulo vive agora seu melhor momento no ano. E justamente quando vem jogando bem e obtendo resultados expressivos, haverá uma parada que separará a decisão continental em dois meses. Porém, não era exatamente o colorado quem vivia, até às 15:59 da tarde de hoje, seu ápice, ao menos em termos de resultados?

Hoje o tricolor lembrou aquele time que ganhava todos os Campeonatos Brasileiros recentes: defendeu-se com extrema competência e foi muito efetivo na frente. Fernandão, autor do segundo gol, só vale pelo emblema: foi um dos que menos jogou. Mais que ele fizeram Hernanes, craque do time; Dagoberto, veloz e vertical; Alex Silva, um rochedo defensivo; e Rogério Ceni, o melhor em campo, dono de defesas espetaculares e decisivas.

É claro que o Internacional não contou com Nei, Andrezinho, D’Alessandro e Alecsandro. Mesmo assim, os erros se repetem. Fossati trocou mais uma vez de esquema, a enésima desde que assumiu. Nunca repete o sistema tático, o que dificulta as coisas. Com apenas Giuliano na armação (Kleber, é verdade, subiu esporadicamente no primeiro tempo) e Everton ciscando sem produzir muito, Walter ficou isolado entre os seguros zagueiros paulistas.

Por um lado, pode ter sido bom. Após a classificação na Argentina e a eliminação gremista na Copa do Brasil, tudo parecia um mar de rosas, quando, na verdade, há problemas velhos, repetidos e evidentes. O Inter leva um choque de realidade necessário, justamente contra o seu grande inimigo pós-Copa do Mundo. Nem precisava ser tão real assim.

PALMEIRAS 4 x 2 GRÊMIO
Em São Paulo, o Grêmio completou 12 gols sofridos nos últimos quatro jogos. Enfrentou um time tecnicamente inferior ao seu, mas o claro abatimento pós-eliminação foi mais forte. E ainda mais problemático que isso é o sistema defensivo gremista, ponto fraco no início do ano que Silas corrigiu, mas que agora parece teimar em voltar.

A questão não está nos zagueiros. É verdade que Rodrigo foi bisonho (lento, tropeçou no primeiro gol e cometeu pênalti grosseiro que o péssimo árbitro não marcou) e Ozeia nem subiu com Maurício Ramos no terceiro tento do Palmeiras. Mas isto tudo só ocorre porque ambos ficam constantemente expostos: basta alguém do meio-campo do Grêmio ser desarmado que o contra-golpe rival se arma e encontra avenidas para ter desenvolvimento. Dois dos três gols do Santos em ambos os jogos foram assim. E ontem novamente. Pode ser Rochemback e seus corta-luzes e trivelas mal-feitos, pode ser Douglas e seus erros por displicência (ontem, escondeu-se do jogo e ainda foi expulso por pura infantilidade), ou qualquer outro.

Mas isto não é culpa de Rodrigo, Ozeia, Rochemback, Douglas ou quem quer que seja. É do técnico. Todo jogador tem o direito de errar um passe; cabe ao treinador achar um sistema e um modo de jogo que impeçam que cada erro desses se transforme em gol adversário.

Povo hospitaleiro
Em três jogos da Dupla Gre-Nal em Porto Alegre, três derrotas. Nossa cidade já foi mais hostil aos visitantes.

Foto: Fernandão, entre Sandro e Sorondo, marcou o segundo gol do São Paulo no Beira-Rio (Fábio Barriel/Gazeta Press).

Comentários

Antes de ir pro show do ZZ Top, vou dar meu pitaco.

Concordo contigo na parte do técnico. Se a gente perde a bola no meio campo e, no contra-ataque, chega a ter 4 contra 4 (como foi no quarto gol) ou, pasmem, TRÊS palmeirenses contra DOIS gremistas dentro da NOSSA área (como foi no segundo gol), isso definitivamente não pode ser culpa dos jogadores.

Não há por que se desesperar, tem a parada da Copa agora justamente para que a casa se organize. Mas ou Silas para de ficar brincando com o meio campo e ajusta direito as laterais ou vamos ter problemas pro Brasileirão.
Vicente Fonseca disse…
O quarto gol do Palmeiras foi um contra-golpe de três contra dois. O cara se atrapalhou, perdeu tempo, e mesmo assim saiu o gol. Aí é duro.
Igor Natusch disse…
Essa derrota dá para colocar fácil na conta do Silas. Mesmo com a depressão pós-eliminação, era de se esperar um time melhor postado em campo. Escalou mal, não soube mexer e não conseguiu solucionar os problemas que eram flagrantes dentro de campo. Que a pausa da Copa seja útil para ajeitar esses problemas - e com uma ou duas peças novas, de preferência. Não vejo motivo para terra arrasada, mas cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém.

Não vi o jogo do Inter, mas fiquei com MEDO quando soube que o São Paulo tinha vencido. Não é ESSE JOGO que tem que ganhar, com mil diabos! o.O
Igor Natusch disse…
Ah, e que juiz ruim, meu deus! O gol impedido do Palmeiras é de doer na alma do vivente - nem consigo me irritar, é mais caso de ficar SEM REAÇÃO mesmo...
Prestes disse…
O Inter fez tudo certinho. Tinha que perder esse jogo.

O Rogério Ceni jogou muito. Ele joga assim de cinco em cinco anos (antes tinha sido contra o Liverpool). Gastou a bola na hora errada, jifdidsasijdasji
Lourenço disse…
Acho que foi o pior jogo do Silas no Grêmio. Quando se tem muitos desfalques, deve-se improvisar o mínimo possível, fazer um feijão com arroz e deu. No meio do jogo, o Grêmio jogou com Maylson na lateral direita e Joílson na esquerda. Sendo que tínhamos laterais (Colaço, Joílson e Edílson) à disposição para os dois lados. Maylson não pode, hoje, ser reserva de Hugo e Leandro. Douglas caiu sem Maylson, há uns 5, 6 jogos, já.
Vicente Fonseca disse…
Douglas caiu sem Maylson, há uns 5, 6 jogos, já.

Taí algo que eu não tinha me dado conta.
Marcelo disse…
Maylson tem feito muita falta. E acho que o Ferdinando também.
Atualmente, no meio campo, só o Adilson marca.