Notas Preliminares II

Internacional
O ano começou com bons ventos para o Internacional por um simples motivo: não perdeu nenhuma peça importante. Dessa forma, o desentrosamento comum às equipes no verão não se abateu sobre o Colorado. Mesmo não perdendo peças, o Internacional ainda fez boas contratações, a meu ver. Havia uma lacuna muito clara, a lateral-direita. O Inter buscou duas boas apostas. Se não havia um nome QUENTE para a posição no mercado, o clube trouxe dois jogadores que sabidamente já haviam demonstrado alguma qualidade e que – por serem dois – serão obrigados a se digladiar por uma vaga na equipe. Até agora, essa disputa vem dando bons resultados pro clube, embora eu já tenha um preferido: Nei. Thiago Humberto foi uma contratação desnecessária pela quantidade de bons meias no elenco, mas parece ter ótima qualidade. Vai ser bom banco nesta temporada – como o espetaculoso Wlison Mathias - podendo ambos assumir mas ALLÁ a titularidade. Eltinho deve ser bom reserva para Kléber, e outro Kléber, o Pereirão, vem, a meu ver, fazer sombra a Alecsandro. Este último é um bom centro-avante, mas é outro que é meio BOBALHÃO, como o Rochemback, e tem a mania de querer dominar a bola, coisa que não é recomendável a centro-avantes de sua (pouca) categoria. A chegada de um jogador de nome pode dar um basta na fanfarronice do AlecGOL. A vinda de Pato Abbondanzieri foi um erro em minha opinião, principalmente no longo prazo. Explico: não acho que ele estava mal por velho, mas pela fase que vive o Boca. Ou seja, acredito que pode dar certo no Colorado nesta temporada. Mas sempre considerei Lauro um goleiro bastante firme, e acredito que quando se acha um arqueiro, deve-se mantê-lo embaixo das traves por, no mínimo, uns cinco anos. Isso certamente não vai ocorrer com o Pato e dificilmente vai ocorrer com Lauro após essa fritada FATAL. Outra lacuna tem me parecido a vaga que hoje é ocupada por Taison. Confio que o guri possa se reerguer, mas a Libertadores não é clínica de reabilitação. Hoje, escalaria Edu na função. Tem me agradado o jogador, embora cada vez mais fique provado que seu futebol rende mais vindo de trás, como meia. Nesta posição, como já disse, há muitos bons jogadores. E Edu tem me agradado jogando pelos flancos. Mas aí vão me perguntar: - Ta, mas o problema do Inter não era a defesa? Como o clube pode ter contratado bem então se não trouxe ninguém para o setor? A meu ver, como eu repeti várias vezes neste espaço em 2009, as complicações defensivas do Internacional partiam sempre de falta de treinamento, de mau posicionamento. Não vejo no que Eller e Bolívar tenham envelhecido em relação a 2006 – Índio, sim, está em FRANGALHOS. A zaga colorada não funcionava ano passado com nenhuma combinação de jogadores, os erros não decorriam de carência individual que não as reforçadas pelo mau posicionamento. É aí que entra a figura de Jorge Fossati. Tem me parecido que uma das maiores preocupações do uruguaio é com um time bem postado. Volantes, zagueiros e laterais precisam saber onde pisar, e acho que o Inter vai conseguir estar muito bem neste aspecto em pouco tempo. O que me preocupa no treinador é que tenho percebido ser daqueles que gostam de montar uma estrutura de time pensando no longo prazo, mas que têm dificuldades, por exemplo, em mexer na equipe durante uma partida. Houve pelo menos três jogos do Gauchão em que claramente o time caiu de produção no segundo tempo e nada que o uruguaio fizesse melhorava a equipe, e às vezes até bagunçava mais. Gilmar Iser foi um que deu NÓ TÁTICO em Fossati no segundo tempo de NH x Inter na fase de grupos. Outra preocupação é a indefinição na meia-cancha. Em 2009 o ano passou sem que se definisse se o time jogava com três volantes, ou com dois meias, se Andrézinho era o cara, se era Giuliano ou se era Dalessandro, etc. e tal. Este ano, com vários meias à disposição, é mais um dos perigos que corre o Internacional. Isto posto, ainda vejo o Colorado como favorito para a conquista do Gauchão – está bastante mais avançado que o Grêmio - mas o uso de reservas pode atrapalhar. Vejo também como um dos favoritos para o Brasileiro, mas já ressaltei anteriormente que a tendência é o bi-vice. Na Libertadores, acho que há grandes chances de fazer boa figura, mas vai precisar de mais CARÁTER do que tenho visto nos últimos tempos. Foto: O calor parece fritar o cérebro de Fossati durante as partidas, prejudicando-o nas substituições. (UOL Esporte)

Comentários

Vicente Fonseca disse…
Técnicos argentinos dificilmente mexem na estrutura tática do time durante uma partida. Talvez seja uma característica de uruguaios também.
Prestes disse…
Não, o Fossati mexe. E mexe mal.

Hoje desfigurou o time de novo.